CAIRO/JERUSALÉM (Reuters) – O grupo militante palestino Hamas sinalizou nesta quinta-feira que uma crise ameaçando desfazer o acordo de cessar-fogo de Gaza pode ser evitada, apesar da incerteza sobre o número de reféns que devem ser libertados no sábado e desacordos sobre suprimentos de ajuda.
O cessar-fogo de 42 entre Hamas e Israel dias pareceu perto do fracasso esta semana em meio a acusações de ambos os lados de violações ao acordo selado no mês passado com a ajuda de mediadores de Egito, Catar e Estados Unidos.
O grupo militante palestino afirmou que não quer que o acordo fracasse, embora tenha rejeitado o que chamou de “linguagem de ameaças e intimidação” do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e do presidente dos EUA Donald Trump. Eles disseram que o cessar-fogo deveria ser cancelado se os reféns não forem libertados.
“O Hamas reafirma seu compromisso de implementar o acordo conforme assinado, incluindo a troca de prisioneiros de acordo com o cronograma especificado”, disse o Hamas em um comunicado.
O Hamas, cujo líder em Gaza, Khalil Al-Hayya, está visitando o Cairo para conversas com autoridades de segurança egípcias, também disse que mediadores do Egito e do Catar continuarão com os esforços “para remover obstáculos e fechar lacunas”.
Esta semana, o Hamas acusou Israel de não respeitar as estipulações que pedem um aumento maciço nas entregas de ajuda e disse que não entregaria três reféns que seriam libertados no sábado até que a questão fosse resolvida.
Em resposta, Netanyahu ordenou que reservistas fossem convocados e ameaçou retomar as operações de combate que foram interrompidas por quase um mês, a menos que os reféns fossem devolvidos.
O ministro israelense Avi Dichter, membro do gabinete de segurança de Netanyahu, declarou à rádio pública israelense nesta quinta-feira que não acreditava que o Hamas seria capaz de sair do acordo.
“Há um acordo, eles não poderão dar nada menos do que está no acordo”, disse ele. “Não acredito que o Hamas possa se comportar de outra forma.”
Fontes de segurança egípcias disseram à Reuters que esperam que equipamentos pesados de construção entrem na quinta-feira e, se isso acontecer, o Hamas libertaria os reféns no sábado.
O impasse entre Israel e o Hamas ameaçou reacender o conflito, que devastou Gaza e levou o Oriente Médio à beira de uma guerra regional mais ampla.
Autoridades de Egito e Catar têm trabalhado para evitar um colapso e uma autoridade palestina próxima ao esforço de mediação disse que ambos os lados concordaram em prosseguir com o cessar-fogo e a troca de reféns por prisioneiros palestinos.
As negociações no Cairo se concentram em questões como a permissão de Israel para entrada de casas móveis, barracas, suprimentos médicos e de combustível e maquinário pesado necessário para a remoção de escombros, disse o Hamas.