Luanda, (Lusa) – O grupo parlamentar da UNITA defendeu hoje que a independência de Angola não deve ser confundida “com os objetivos políticos de quem está no poder” nem a soberania do povo “com a autoridade do Estado”.
“Esta distinção assume relevância maior quando se fala em preservar a independência nacional. Preservar a independência nacional não é defender e muito menos preservar o partido-Estado nem as suas fraudes eleitorais”, disse o líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Liberty Chiaka, quando lia a declaração política.
Liberty Chiaka afirmou que é importante assinalarem-se os 50 anos de Independência que Angola, “porém, mais importante ainda, são os 50 anos que estão por vir”.
“Se a nível do Estado, ou melhor, na Assembleia Nacional, conseguirmos reconhecer, por consenso, neste ano do cinquentenário da independência nacional, que a maior ameaça aos objetivos da independência nacional é a captura do Estado democrático por um partido-Estado, então, estaremos a dar o maior contributo para a construção do sonho da independência a partir de agora”, afirmou.
Para o grupo parlamentar da UNITA, “2025 é, sem dúvida, um marco, porque abre uma nova etapa para se construir os fundamentos de um novo país”.
“Para se eliminar a pobreza, reduzir as desigualdades e combater a corrupção em novos moldes, sem rancores, e de forma a que o dinheiro de Angola não fique no exterior e na posse dos estrangeiros, mas que volte ao país para se concretizar a independência nacional no domínio da partilha da riqueza nacional”, frisou.
Liberty Chiaka criticou as prioridades do Governo, defendendo que a independência deve beneficiar economicamente todas as regiões e todos os grupos políticos e sociais.
De acordo com o líder do grupo parlamentar da UNITA, hoje o Estado diz não haver “dinheiro para atacar as causas estruturais do surto da cólera e das endemias da malária e da febre tifoide”, enquanto há verbas “para um dispendioso e multimilionário programa de festas e comemorações” da independência nacional.
“A pobreza extrema aumentou 82% em oito anos e afeta 11,6 milhões de angolanos. Não há dinheiro para combater a pobreza extrema, mas há dinheiro para a propaganda institucional, que não mata a fome, e há muito dinheiro para a consultoria externa que retira oportunidades para os quadros angolanos”, expressou ainda o deputado.
Angola comemora no dia 11 de novembro 50 anos de independência nacional, cujas comemorações iniciaram em novembro de 2024, cumprindo um vasto programa de festividades, com atividades descentralizadas em todas as províncias e missões diplomáticas de Angola, para que todos os angolanos se envolvam e participem deste marco histórico.
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