JERUSALÉM/CAIRO (Reuters) – Israel está agora mais otimista em relação a um possível acordo sobre reféns em Gaza, disse o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, na segunda-feira, em meio a relatos de que o Hamas havia solicitado listas de todos os reféns ainda mantidos por grupos militantes no enclave palestino.
Ele afirmou que negociações indiretas estavam em andamento sobre o retorno de cerca de 100 reféns e que, embora ainda seja muito cedo para ter certeza, as perspectivas melhoraram.
“Podemos ser mais otimistas do que antes, mas ainda não chegamos lá. Espero que cheguemos lá”, disse Saar em uma coletiva de imprensa em Jerusalém, reiterando a posição de Israel de que os reféns ainda mantidos em Gaza têm que ser devolvidos antes que Israel concorde com o fim dos combates.
“Não haverá um cessar-fogo em Gaza sem um acordo sobre os reféns”, declarou ele.
Uma autoridade palestina com conhecimento do esforço de mediação disse que o Hamas pediu a outras facções em Gaza que começassem a listar os nomes dos reféns israelenses e estrangeiros sob sua custódia, vivos ou mortos.
A autoridade não deu mais detalhes sobre o esforço de mediação, mas disse que os mediadores, apoiados pelos Estados Unidos, intensificaram os contatos com Israel e o Hamas.
Autoridades do Hamas não quiseram comentar imediatamente.
Uma autoridade de um grupo militante aliado ao Hamas expressou esperança de que as conversações pudessem levar a um acordo.
Os homens armados do Hamas levaram mais de 250 reféns a Gaza após o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas, de acordo com os registros israelenses. Mais de 44.700 palestinos foram mortos na ofensiva israelense em Gaza que se seguiu, segundo as autoridades de saúde de Gaza.
Algumas famílias de reféns expressaram um otimismo cauteloso depois de se encontrarem com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no domingo. Netanyahu lhes disse que havia chegado a hora de fazer um acordo sobre os reféns, segundo o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos.
Cada lado acusa o outro de estar impedindo um acordo, mas Saar disse que a posição anterior do Hamas “pode ter mudado nos últimos tempos”.
“Portanto, se ambas as partes estiverem interessadas em um acordo, há uma chance maior de que ele seja alcançado”, disse ele.