Luanda – O Presidente Joe Biden anunciou, esta terça-feira, em Luanda, um financiamento de mil milhões de dólares para a segurança alimentar em Angola.
Discursando no Museu da Escravatura, no quadro da sua visita de três dias a Angola, disse que apesar de o seu mandato estar no fim, ainda muito será feito para desbloquear milhões de dólares para o apoio à parceria entre ambos os países.
Afirmou que muito se questiona sobre aquilo que deverá produzir esta agenda para Angola e África.
”Eu não posso dizer o que espero ou desejo para o futuro do mundo, mas posso dizer com muita certeza que o futuro para África e para Angola são futuros risonhos, tenho a plena certeza de que o futuro para Angola é risonho”, expressou.
Para o efeito, disse que é essencial manter-se focado no sentido de garantir que Angola se afirme para o mundo como uma nação de paz e segurança e que nenhuma nação seja adversária da outra.
O estadista norte-americano destacou também o facto de o país estar afirmar-se “de forma muito categórica” em questões de segurança e paz em África.
Frisou que sob sua liderança, os Estados Unidos trouxeram a União Africana como membro permanente das economias do G20 e insistiu em uma representação mais africana entre os líderes do Fundo Monetário Internacional e outras instituições financeiras mundiais.
“Também pressionamos para garantir que as nações em desenvolvimento não precisem escolher entre pagar dívidas insustentáveis e investir em seu próprio povo e estamos a usar a nossa própria voz para aumentar a presença da África no Conselho de Segurança da ONU e nas Nações Unidas. Isso deve acontecer”, afirmou.
De acordo com Joe Biden, os Estados Unidos continuam a ser o maior fornecedor de ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento do mundo e isso vai aumentar, pois essa é a coisa certa a se fazer pela nação mais rica do mundo.
Neste sentido, anunciou mais de um bilião de dólares em novo apoio humanitário para africanos deslocados vítimas da seca, no primeiro trimestre do próximo ano.
Reconheceu que os líderes e cidadãos africanos buscam mais do que apenas ajuda, mas sim por investimento, pelo que os EUA estão a expandir o seu relacionamento com a África, passando de assistência para ajuda, investimento para comércio, “movendo-nos de patronos para parceiros para ajudar a reduzir o gap de infra-estrutura”.
Biden informou que durante a sua administração foi aprovado um trilião e 300 biliões de dólares em infra-estrutura para reduzir a divisão digital e promover um crescimento económico inclusivo e sustentável.
“Estamos a procurar parceiros que entendam que a pergunta certa não seja o que os Estados Unidos podem fazer pelo povo da África? É o que podemos fazer juntos?”, questionou.
Joe Biden efectua, desde segunda-feira, uma visita de três a Angola, no quadro do reforço da cooperação bilateral e multilateral.
Considerada histórica, por ser a primeira de um Presidente norte-americano, a visita vai prossegue quarta-feira com uma deslocação à província do Benguela, onde vai se inteirar do funcionamento do Porto do Lobito, uma importante infra-estrutura do Corredor do Lobito, bem como se desloca à Fábrica de Processamento de Alimentos do Grupo Carrinho.
Em Benguela, Joe Biden vai participar ainda na Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito, na qual se espera também a participação dos presidentes de Angola, Zâmbia, RDC e Tânzania.
ANGOP
