Lei da Mordaça afasta Bastos Quissanga da selecção de Angola

A restrição na liberdade de expressão não se limita aos meios de comunicação independentes de Angola. Até mesmo no futebol a lei da mordaça priva da selecção nacional do país um de seus maiores craques.

A vítima da vez é Bastos Quissanga, defesa central do Botafogo do Rio de Janeiro, um dos destaques do líder do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão.

O pecado cometido pela defesa foi criticar a Federação Angolana de Futebol (FAF). Antes de parar de constar nas convocatórias da seleção, o astro angolano internacional criticou a Federação por falta de prémio de jogo (dinheiro), prêmio por cada dia no acampamento da selecção (dinheiro) e muitas outras coisas, chamando indiretamente os dirigentes da FAF de desorganizados.

Desde então, Bastos tem sido esquecido pelo técnico português da selecção, Pedro Gonçalves.  “Precisamos de jogadores comprometidos com a seleção”, afirmou. “Antes de nos perguntarmos: ‘Quanto eu ganharei com isto?’, devíamos nos perguntar: como é que eu poderei ajudar a selecção a atingir novos patamares. Essa deve ser a nossa determinação, ajudar a selecção a atingir novos patamares”.

Artur Almeida e Silva, o ‘n.º 1’ da Federação Angolana de Futebol (FAF), saiu, recentemente, em defesa do selecionador nacional, considerando a polêmica à volta da ausência do experiente central de 32 anos dos convocados dos Palancas Negras “um não-assunto”.

“Não vamos falar dos ausentes. Muita gente gostaria de ver outros jogadores presentes, e não estão, porque o técnico achou que não é o momento para o efeito. Temos que respeitar isso”, rebateu o líder da FAF.

O dirigente deixou transparecer que a exclusão do capitão dos Palancas Negras estaria ligada a questões do foro disciplinar, ao referir que, “quando se reúne um grupo, existem regras e princípios a serem adotados”.

“Meu sonho é voltar a defender meu país”

Sobre a sua ausência nas últimas convocações, Bastos Quissanga acredita que ainda voltará a defender os Palancas Negras. “Obviamente que todo jogador quer representar a sua seleção, sempre foi meu sonho desde miúdo. Eu nasci em Angola, fiz a minha formação em Angola e eu continuo com esse sonho de voltar a representar o meu país”.

Além do Petro de Luanda, onde começou a carreira como profissional, Bastos passou também por Rostov, da Rússia, Lazio, da Itália, e Al-Ain e Al-Ahli, da Arábia Saudita e agora está no Botafogo, do Brasil. A defesa começou a ser convocado para a selecção angolana em 2011, onde já realizou 25 partidas oficiais e marcou dois gols. Ele esteve presente em duas edições da Copa das Nações Africanas: em 2013 e 2019.

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