A década de 60 foi marcada pelas independências no continente africano. Em 1961 começam as primeiras ações armadas em Angola contra Portugal, a fim de libertar o país de domínio lusitano de 400 anos. A guerra contra Portugal no país foi marcada pela presença de diversas organizações, com diferenças sociais, étnicas e ideológicas. Três organizações nacionalistas dominaram a resistência armada em Angola.
A primeira delas foi o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), fundado ainda em 1956, e liderado por Agostinho Neto. O MPLA, grupo de orientação marxista, era formado essencialmente por setores urbanos, assimilados, mestiços e pela etnia Ovimbundu, e estava localizado na área central-norte do país, incluindo a capital, Luanda.
O segundo maior movimento independentista angolano foi a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). A FNLA foi estabelecida em 1962, e tinha como líder e fundador Holden Roberto. A sua localização era no norte do país, na fronteira com o Zaire, e era majoritariamente rural.
Ao contrário do MPLA, a FNLA defendia a questão racial, principalmente relacionado aos brancos e mestiços presentes no outro movimento, se colocando como “representante do autêntico nacionalismo africano”. Ideologicamente, defendia ainda a retórica anticomunista, sem uma alternativa explícita e estruturada, buscando atrair aliados ocidentais.
O terceiro movimento de libertação angolano é a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), criada em 1966, a partir de dissidentes da FNLA liderados por Jonas Savimbi. A base da UNITA era o sul do país, com as etnias Ngangela, Chokwe e Ovimbundu. Inicialmente se declara maoísta, mas logo toma uma postura anticomunista.
A Independência foi um êxito. A Paz nem tanto.
A estagnação econômica, a solidariedade internacional e o desgaste militar português na África levaram ao êxito da resistência angolana em 1975. A proclamação da independência em Angola foi anunciada com o Acordo de Alvor. O tratado determinava um governo de transição entre Portugal e os três movimentos de libertação angolanos.
Na sequência da conquista da independência de Angola, se estabeleceu uma luta entre os movimentos, até então unidos com um objetivo único, pelo novo objetivo, o poder. Dai decorrem novos confllitos e um longo período de instabilidade e destruição, que será objeto de um novo artigo mais a frente.