Luanda – Uma biblioteca dedicada às artes, arquitectura e design foi inaugurada esta terça-feira, em Luanda, agregando cerca de 600 obras do artista António Ole.
A biblioteca é uma iniciava da Ndongo 119 – Embaixada Criativa, instituição comprometida com a promoção de artistas e criativos nacionais nas áreas das artes visuais, do design e da literatura, através de eventos e exposições.
Em declarações à imprensa, a mentora do projecto Tchissola Mosquito frisou que há necessidade de bibliotecas focadas nas artes, como arquitectura e design.
Enfatizou que a iniciativa foi impulsionada pela doação de manuais do artista António Ole, um nome reconhecido pelo seu trabalho no domínio das artes e que explora as texturas da vida em locais urbanos marginais.
“Foi uma doação feita por António Ole, uma promessa de 2016 que se concretizou em 2025”, disse.
Além da biblioteca, continuou, prevê-se a implementação de um espaço de debates, de conversas e de lançamentos de livros.
Por sua vez, o bibliotecário Josias Currie fez saber que o espaço conta com literatura diversa e outros livros mais técnicos sobre pinturas, cinema e escultura.
“Esta biblioteca é como um acervo em homenagem ao pintor e artista António Ole, que conta com cerca de cinco livros com a sua participação e outros em que aparecem algumas obras suas”, explicou.
Já o director Nacional de Formação Artística, João Pedro Lourenço, referiu que a iniciativa dará oportunidade à sociedade luandense, e não só, de ter um espaço de leitura voltado à arte, arquitectura e ao design.
Por outro lado, enalteceu a iniciativa de António Ole. “Seguramente vamos encontrar as suas anotações, os seus comentários e outros. É um lugar de memória”.
Natural de Luanda, António Ole é um dos nomes das artes angolanas, sendo o artista que representou Angola na 57ª edição da prestigiada Bienal de Veneza.
O artista plástico desenvolveu uma obra que vai da escultura à instalação, da pintura à colagem e ao desenho e da fotografia ao filme.
Aos 19 anos, atraiu a atenção da crítica e do público, expondo no IV Salão de Arte Moderna de Luanda, com um quadro onde se pode ver o Papa Paulo VI a tomar a pílula.
Em 1975, António Ole ingressou como realizador de programas na Televisão Popular de Angola, actual Televisão Pública de Angola, experiência que lhe permitiu aprofundar, de forma significativa, o conhecimento do seu país de origem.
ANGOP