Malanje – O governador provincial de Malanje, Marcos Nhunga, considerou, terça-feira, nesta cidade, que o início da luta armada contra colonialistas representou a coragem e a bravura de vários patriotas angolanos que se bateram pela liberdade do país.
Reiterou que essa luta não foi apenas um combate contra os colonialistas, mas sim um movimento que uniu o povo em torno do ideal comum de liberdade dos angolanos apesar das diferenças de origens e de etnias.
Ao presidir ao acto provincial do 64º aniversário do inicio da Luta Armada de Libertação Nacional, o governador referiu que a luta contra os colonialistas foi catalisadora para todas as conquistas alcançadas hoje no país.
“Este acto permitiu mostrar ao mundo que não havia harmonia política e social que o regime fascista português propalava pelo mundo”, frisou, acrescentando ser prova de como o então Governo português, apesar das propostas apresentadas pelo amplo Movimento Popular de Libertação de Angola, para a resolução pacífica da questão colonial, quis manter a dominação clássica e o sistema de opressão.
Precisou que esse espírito é que norteou a luta armada que os angolanos levantaram contra o jugo colonial, um acto de amor à pátria e não apenas um confronto militar, pois os nacionalistas defendiam a identidade, a cultura, e a dignidade dos angolanos.
“Foi um acto de reafirmação da angolanidade, por isso, é fundamental que cada um de nós, a seu nível, tenha o compromisso de honrar os heróis do 4 de Fevereiro, dando o seu melhor”, frisou.
Apontou o empenho e entrega de alguns nacionalistas que protagonizaram a gesta heróica do 4 de Fevereiro, cujas memórias devem estar patentes nos corações dos angolanos.
Passados 64 anos, realçou, o país deve estar sempre acima de todos os interesses, imbuídos no espírito dos heróis do 4 de Fevereiro, unindo-se no combate à fome, à pobreza, corrupção, impunidade e à outros malas que enfermam a sociedade e atrasam o desenvolvimento.
Por outro lado, Marcos Nhunga apelou para a união entre os cidadãos e as instituições na resolução dos problemas sociais que afectam a população, sobretudo a mais carenciada.
Para saudar a data, foi depositada uma coroa de flores no jardim da liberdade, nesta cidade, em homenagem aos nacionalistas tombados pelas causas de Angola, seguido da dissertação de uma palestra sobre “Os principais acontecimentos para o alcance da independência nacional”.
Ao dissertar a palestra, o político Nelo de Carvalho destacou o surgimento do nacionalismo angolano, o papel desempenhado pelas Igrejas em Angola na formação das elites, a clandestinidade dos Movimentos de libertação nacional, que foram surgindo desde a década de 40, cujo contributo desencadeou na luta de 4 de Fevereiro de 1961.
Realçou que este Movimento aliado ao papel das Igrejas, sobretudo a Metodista e Evangélica, despertou nos angolanos a consciência de lutar pela sua liberdade.
A actividade foi presenciada por membros do Governo, autoridades tradicionais, estudantes, políticos e cidadãos de outros estratos sociais e visou elucidar sobre o percurso histórico e os avanços que o país atingiu com este acontecimento.
A jornada prossegue esta noite com a exibição de um filme intitulado “Os frutos da colonização em África” e reserva para os próximos dias inaugurações de várias infra-estruturas sociais, em alguns municípios da província.
As comemorações da efeméride decorrem sob o lema “Angola-50 anos, preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”.
ANGOP