Malária em Moçambique matou 270 em mais de seis milhões de casos em cinco meses

Maputo, (Lusa) – Pelo menos 270 pessoas morreram vítimas de malária de janeiro a maio deste ano em Moçambique, que registou mais de seis milhões de casos, avançou hoje o Governo.

Segundo os dados atualizados do Governo moçambicano, através do Programa Nacional de Controlo da Malária no Ministério da Saúde (Misau),no âmbito da iniciativa MOSASWA, que junta esforços de Moçambique, Esuatini e África do Sul na luta contra a doença, a província do Niassa lidera, com 83 óbitos neste período.

Até maio, Nampula registou 53 óbitos, Sofala e Tete 20 cada e Zambézia com 15 pessoas que morreram por malária.

As estatísticas indicam que o país registou um total de 6.146.600 de casos de malária em cinco meses do ano, com a província da Zambézia a liderar a lista com 1.482.969, seguida de Nampula com 1.465.364, Tete com 539.143, Sofala com 476.333 e Niassa com 459.857 casos.

Os dados do Governo indicam que o número de mortes por malária nos primeiros cinco meses do ano subiu em 67% face ao mesmo período do ano passado, em que se registaram 167 óbitos. O global dos casos dos primeiros cinco meses também subiu em 19% face à 2024, ano que foram registados 5.183.276 casos.

O executivo moçambicano pediu hoje a participação ativa da sociedade civil nos esforços para eliminar a malária no país.

“Há um esforço do Governo de Moçambique, mas também queremos que a sociedade civil participe de maneira que consigamos alcançar o que desejamos, que é estar livre da malária”, disse Eusébio Chaquisse, do Ministério da Saúde, ao fazer a abertura da reunião da iniciativa MOSASWA, em Maputo.

“A região sul do país está muito próxima [de eliminar a doença] e pensamos que a eliminação da malária depende da maneira como vamos nos posicionamos e como a sociedade civil participa”, acrescentou o responsável do Governo.

A reunião da MOSASWA debateu o papel das organizações da sociedade civil na eliminação da malária, em que as mesmas pediram reforço de financiamentos para ajudar nos esforços de combate à doença, sobretudo num período de corte de financiamentos aos programas de saúde pelo Governo norte-americano.

“Persistem desafios que têm a ver com a exiguidade de recursos, de financiamentos, mas também que têm a ver com a mudança de comportamento das nossas comunidades, em as redes servem de instrumentos para pesca. O desafio agudizou-se porque os financiamentos do Governo americano foram retirados, o que vai impactar a contribuição da sociedade civil”, disse a diretora executiva da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento Concertado (Amodec), Gilda Jossias, que organizou a reunião da MOSASWA.

Pelo menos 358 pessoas morreram vítimas de malária em 2024 em Moçambique, que registou mais de 11,5 milhões de casos e cerca de 67 mil internamentos, avançou em 25 de abril o Presidente moçambicano, no âmbito do Dia Mundial da Malária, pedindo maior proteção para as crianças.

“É a causa mais comum de procura de cuidados médicos nas unidades sanitárias do país, com um impacto negativo tanto no sistema de saúde como nos outros setores devido ao absentismo escolar e laboral e das perdas de vidas humanas”, frisou, pedindo mais esforços para reduzir o “peso” da doença no país.

Moçambique registou 6,2 milhões de casos de malária no primeiro semestre de 2024, menos 22% do que em igual período do ano anterior, e o número de óbitos provocados pela doença baixou de 211 para 196, anunciou o Governo em agosto de 2024.

As autoridades moçambicanas disseram anteriormente que seria utilizada no país a R21/Matrix-M, segunda vacina contra a malária para crianças, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e aprovada em outubro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A vacina já em utilização em Moçambique é a segunda recomendada pela OMS, após a RTS,S/AS01 em 2021, seguindo os conselhos do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE) e do Grupo Consultivo de Políticas sobre Malária (MPAG).

PME // ANP

Lusa/Fim

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