Lubango – A falta de financiamento, dificuldades de aquisição de matéria-prima e de equipamento para a conservação são os principais entraves que a pequena indústria da Huíla enfrenta, na tentativa de transição da produção caseira à média ou grande e atender às necessidades do mercado.
Falando à margem da 3ª edição da Feira da Mulher Empreendedora Huilana, aberta esta quinta-feira e que decorre até domingo, os pequenos processadores de micro-indústria de alimentos afirmam existir mercado, mas os constrangimentos vigentes na cadeia tornam a produção incipiente.
O processador de licor, doces de diversos, sumos naturais e batidos, Vivaldo Cambinda, admitiu que “há dificuldades” de aquisição de frascos e potes para os doces no mercado nacional, razão pela qual opta pela importação, mas os custos com a alfândega constitui um empecilho.
Ressaltou que está a produzir 250 potes de doces e 50 litros de licores/mês, esperando incrementar com um financiamento de 20 a 40 milhões de kwanzas, ao qual se candidata, pois poderá ter mais capacidade de stock de matéria-prima e de conservação.
No mesmo diapasão, Diana da Costa que actua na transformação caseira de doces de fruta, conservação de alimentos e temperos variados, em pequena escala há dois anos, afirmou que os desafios são de conservação e aquisição da matéria-prima.
Destacou ser um ramo de actividade interessante e recebe o feedback dos clientes, estando agora a distribuir para as províncias do Namibe, Benguela, Luanda, estando, também, a ensaiar a exportação para Portugal.
Para a processadora alimentar, Mariana Domingos, que trabalha desde as farinhas de milho, soja, temperos e chás, há quatro anos, por enquanto a actividade é só por encomendas, em função da deterioração dos produtos, por não dispor de um local para conservação.
Para maximizar o negócio, disse ser necessário um financiamento de, pelo menos, 15 milhões de kwanzas para a montagem de uma pequena moageira, assim como de um pequeno armazém.
Por sua vez, o director do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado, Domingos Kalumana, destacou que a feira vem promover a actividade empreendedora, a formalização económica, no sentido de que as mulheres possam encontrar um espaço para o exercício do seu trabalho.
Avançou tratar-se de uma feira multi-sectorial pois tem a micro indústria, um potencial da Huíla, através da produção de chouriço, doces entre outros, assim como vendas de produtos de lar, roupas e ainda o sector da agricultura, a congregar não só mulheres que já se encontram a exercer actividade empresarial, mas aqueles também que estão a dar início às suas actividades.
A feira aberta pelo vice-governador da Huíla para o sector Técnico e Infra-estruturas, é uma iniciativa de mulheres em parceria com as Mulheres Empreendedoras da Huíla almeja atingir os 120 empreendedores até domingo, com foco na mulher em função do mês dedicado ao género.
ANGOP