Luanda, (Lusa) – A plataforma de organizações não-governamentais angolanas Grupo de Trabalho de Monitoria dos Direitos Humanos (GTMDH) pediu hoje ao Presidente cessante de Moçambique proteção a Venâncio Mondlane e um “verdadeiro diálogo inclusivo” para se ultrapassar a crise pós-eleitoral.
O GTMDH, em carta enviada a Filipe Nyusi, manifesta-se “preocupado” com a atual situação em Moçambique e pede ao Governo moçambicano proteção ao político e candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados que o dão como derrotado e regressou hoje ao país, após dois meses e meio fora.
A plataforma de ONG angolanas solicitou igualmente que sejam criadas todas as condições para um “verdadeiro diálogo inclusivo” para se ultrapassar a crise política que o país enfrenta.
Venâncio Mondlane chegou hoje a Maputo, após dois meses e meio fora do país, seguindo depois para o centro da capital moçambicana com a sua comitiva rodeada de milhares de pessoas.
Nas declarações aos jornalistas no aeroporto, Mondlane acusou as autoridades moçambicanas de “uma espécie de genocídio silencioso” na repressão à contestação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro, mas manifestou-se disponível para o diálogo e para negociar.
O candidato justificou o seu regresso com o facto de não poder continuar fora do país quando o povo “está a ser massacrado”.
Confrontos entre a polícia e os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
Em 23 de dezembro, o Conselho Constitucional, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar.
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