Moçambique/Eleições: PR sul-africano disposto a ajudar a pôr termo à crise política

Cidade do Cabo, África do Sul, (Lusa) – O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, declarou quinta-feira, na Cidade do Cabo, estar disposto a ajudar Moçambique a pôr termo à crise política pós-eleitoral com a ajuda do bloco regional da África Austral.

“Estamos a acompanhar de perto o que está a acontecer em Moçambique e, obviamente, Moçambique é um país que nos é muito próximo, é um parceiro comercial muito bom e membro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”, contextualizou o Chefe de Estado aos jornalistas.

Ramaphosa disse que os Estados-membros da SADC estão preparados e dispostos a dar a Moçambique o “tão necessário apoio” para que possa sair dos atuais desafios políticos que enfrenta desde as eleições de 09 de outubro.

A tomada de posse de Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) eleito Presidente, é dia 15 de janeiro e Ramaphosa declarou que só estará presente consoante o “programa de atividades”, apesar de, historicamente, os dois países estarem sempre nas tomadas de posse um do outro, explicou.

“Desejamos que o dia 15 corra bem e Moçambique tem o nosso profundo apoio”, concluiu.

Em 23 de dezembro, o Conselho Constitucional (CC) proclamou Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, no poder, como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Os resultados são contestados nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – candidato que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória – em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

Estes confrontos já provocaram quase 300 mortos e mais de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

NYC (PVJ) //

Lusa/Fim

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