Mulheres em Cabo Verde lideram 85% dos projetos financiados por plataforma digital

Praia, (Lusa) – O Banco Jovem e Mulher, plataforma digital de financiamento e formação que o Governo de Cabo Verde lançou há quase um ano, aprovou 1.680 créditos, 85% deles para projetos de mulheres, anunciou hoje o primeiro-ministro.

“Com pouco tempo de existência, o Banco Jovem e Mulher em Cabo Verde já aprovou 1.680 créditos, dos quais 85% são projetos de iniciativa de mulheres nas áreas do comércio, serviços, agronegócios, restauração, pequena indústria, estética e saúde”, anunciou Ulisses Correia e Silva, num debate parlamentar sobre as políticas públicas dirigidas à mulher cabo-verdiana.

O debate surgiu a propósito do Dia da Mulher Cabo-Verdiana, que se celebra quinta-feira.

A plataforma 100% digital, com apoio de alguns bancos comerciais, agrega um ecossistema de linhas de crédito com condições adaptadas às necessidades dos empreendedores e tem como objetivo que todos os processos sejam tratados por meios informáticos.

Falando de outras iniciativas, a propósito do Dia da Mulher Cabo-Verdiana, o chefe do Governo referiu que a parcela de mulheres que beneficiaram de programas de formação profissional tem crescido.

“De cada 100 formandos, 50 são mulheres”, acrescentou.

Um total de 65% das unidades de produção informal pertence a mulheres, realidade que exige políticas contínuas de qualificação profissional, empreendedorismo e inclusão produtiva.

No ensino secundário, as raparigas são maioria, com uma proporção de 120 para cada 100 rapazes, disse.

O primeiro-ministro alertou para a maior vulnerabilidade económica das mulheres, apontando que a taxa de desemprego e pobreza é mais elevada nesse grupo da população.

Ainda assim, destacou o facto de mulheres mais pobres terem ganhado acesso à rede de cuidados, assistência infantil e subsídios para o ensino pré-escolar, de modo a poderem seguir outros projetos.

No setor público, a desigualdade de género também se manifesta.

Nas empresas estatais, apenas 29% dos cargos de direção são ocupados por mulheres, que também só ocupam 37% dos lugares nos conselhos de administração, disse o chefe de Governo.

“É preciso aumentar essa representação. Quer ao nível da participação política, quer em posições de alta direção nas empresas, há um trabalho a fazer para melhorar a representação e o posicionamento das mulheres”, afirmou.

A principal bancada da oposição, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), falou depois do líder do Governo, para reivindicar a ratificação de convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que garantam equidade no local de trabalho.

O PAICV pediu ainda “firmeza” na fiscalização “de setores que praticam desigualdade salarial, como o turismo”, e defendeu o reforço de casas de acolhimento em todas as ilhas, para apoio às vítimas de violência de género.

RS // JMC

Lusa/Fim

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