CAIRO (Reuters) – As negociações realizadas no Cairo em busca de um cessar-fogo em Gaza estão à beira de um “avanço significativo”, disseram duas fontes de segurança egípcias à Reuters nesta segunda-feira.
Não houve comentário imediato de Israel ou do Hamas. O repórter da Axios, Barak Ravid, disse em uma breve postagem no X que uma autoridade israelense negou o avanço relatado sobre as negociações sobre Gaza, sem fornecer detalhes.
Fontes egípcias disseram que havia um consenso sobre um cessar-fogo de longo prazo no enclave sitiado, mas ainda restavam alguns pontos de atrito, incluindo as armas do Hamas.
O Hamas afirmou repetidamente que não está disposto a depor suas armas, exigência fundamental de Israel.
Anteriormente, a Al Qahera News TV, afiliada ao Estado egípcio, informou que o chefe da inteligência egípcia, general Hassan Mahmoud Rashad, estava pronto para se reunir com uma delegação israelense chefiada pelo ministro de assuntos estratégicos Ron Dermer nesta segunda-feira no Cairo.
Segundo as fontes, as conversas em andamento incluíram delegações egípcias e israelenses.
Os mediadores do Egito e do Catar não informaram sobre os desenvolvimentos das últimas negociações.
O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse no domingo que uma reunião recente em Doha sobre os esforços para um cessar-fogo teve algum progresso, mas observou que ainda não havia acordo sobre como acabar com a guerra.
De acordo com o primeiro-ministro, o grupo militante está disposto a devolver todos os reféns israelenses restantes se Israel encerrar a guerra em Gaza. Mas Israel quer que o Hamas liberte os reféns restantes sem oferecer uma visão clara sobre o fim da guerra, acrescentou.
O assessor de mídia da liderança do Hamas, Taher Al-Nono, disse à Reuters no sábado que o grupo está aberto a uma trégua de anos com Israel em Gaza, acrescentando que o grupo espera obter apoio entre os mediadores para sua oferta.
Em uma conferência em Jerusalém na noite desta segunda-feira, antes de a Reuters informar que houve progresso nas negociações, Dermer disse que seu governo continua comprometido com o desmantelamento da capacidade militar do Hamas, com o fim de seu domínio em Gaza, com a garantia de que o enclave nunca mais represente uma ameaça a Israel e com a devolução dos reféns.
Israel retomou sua ofensiva em Gaza em 18 de março, após o fracasso do cessar-fogo de janeiro, sob o argumento de que manteria a pressão sobre o Hamas até que ele libertasse os reféns restantes ainda mantidos no enclave. Acredita-se que até 24 deles ainda estejam vivos.
A atual guerra de Gaza começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e resultou em 251 reféns levados para Gaza, de acordo com os registros israelenses. Desde então, a ofensiva de Israel no enclave matou mais de 52.000 pessoas, segundo autoridades de saúde palestinas locais.
(Reportagem de Ahmed Shalaby, no Cairo; reportagem adicional de Alexander Cornwell, em Jerusalém)