Desde 2016, a produção petrolífera de Angola tem registrado declínio pela ausência de investimento na exploração. A curiosidade é que a saída para a retomada do negócio está fora do país, mesmo fazendo parte do território angolano.
A luz no fundo do túnel atende pelo nome de Cabinda, a quase 900 quilômetros de distância da capital Luanda. Cabinda é um enclave (parte de um território completamente cercado por outro estado) limitado ao norte da República do Congo e a leste e sul pela República Democrática do Congo.
Em 2010, 70% do petróleo exportado por Angola provinha de Cabinda. Nas circunstâncias em que foi alcançada a independência de Angola, petróleo de Cabinda tornou-se no recurso econômico vital para a sobrevivência do novo Estado.
Passados mais de 40 anos, um pacote financeiro com a parceria entre a inglesa Gemcorp (90%) e a angolana Sonangol (10%) disponibilizou 335 milhões de dólares (300,7 milhões de euros) para a conclusão da construção da refinaria de Cabinda.
Não poderia ter sido melhor o anúncio. Para o economista Precioso Domingos, a queda na produção de petróleo e o uso de grande parte das receitas para pagar dívida pública prenunciavam o fim da era das ‘vacas gordas’. A solução seria menos intervenção estatal.