CIDADE DO VATICANO – O papa Leão apelou na quarta-feira para um cessar-fogo em Gaza e pediu a Israel e aos militantes do Hamas que respeitem completamente o direito humanitário internacional.
“Na Faixa de Gaza, gritos intensos estão chegando ao céu cada vez mais de mães e pais que seguram firmemente os corpos de seus filhos mortos”, disse o pontífice durante sua audiência geral semanal na Praça de São Pedro.
“Aos responsáveis, renovo meu apelo: parem com os combates”, afirmou o papa. “Libertem todos os reféns. Respeitem completamente o direito humanitário.”
Leão, eleito em 8 de maio para substituir o falecido papa Francisco, também pediu o fim da guerra na Ucrânia.
O papa condenou novos ataques contra civis e infraestrutura na Ucrânia nos dias desde que a Rússia lançou o maior ataque aéreo da guerra de três anos.
“Renovo com vigor meu apelo para acabar com a guerra e apoiar toda iniciativa de diálogo e paz”, disse Leão.
Os dois apelos do papa, feitos em italiano, foram no final de sua audiência, quando ele acrescentou alguns breves comentários ao seu texto preparado.
Milhares de palestinos correram para um local de distribuição de ajuda em Gaza na terça-feira, após um bloqueio israelense de 11 semanas ao enclave devastado pela guerra. Israel impôs o bloqueio aos suprimentos de ajuda em março, acusando o Hamas de confiscar suprimentos destinados a civis, uma acusação que o Hamas nega.
Francisco, que faleceu em 21 de abril, vinha intensificando as críticas à campanha militar de Israel em Gaza nos meses anteriores à sua morte.
Leão, que comemora três semanas como papa na quinta-feira, já mencionou o conflito várias vezes. Em sua primeira audiência geral, realizada na semana passada, ele pediu a Israel que permitisse a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.
Nesta quarta-feira, o papa também disse que os pais no enclave “são continuamente forçados a procurar um pouco de comida e um lugar mais seguro contra os bombardeios”.
Israel lançou sua campanha em Gaza em retaliação ao ataque liderado pelo Hamas contra comunidades no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e teve 251 reféns sequestrados.
Os ataques israelenses mataram mais de 54.000 palestinos e reduziram a escombros grande parte do enclave costeiro.
(Reportagem por Joshua McElwee (Reuters)