Paulo Flores encanta bienos na sua primeira aparição

Cuito – O músico Paulo Flores encantou o público bieno, na noite deste sábado, no seu primeiro espectáculo na província do Bié, que levou ao delírio milhares de fãs que esperavam há três décadas por este momento.

Em cerca de três horas, o show, jamais visto nestas paragens, ocorreu no pavilhão do Sporting Clube do Bié e foi marcado por fortes aplausos, o que deixou orgulhoso o músico de cartaz, que está a celebrar “36 anos de carreira”, com uma tournée denominada “Angola que canta”.

A tournée, que já passou pelas cidades do Lubango, Namibe e Huambo, no Cuito, Paulo Flores, de 52 anos, surpreendeu-se pela tamanha euforia do fãs, que o receberam desde o primeiro momento que entrou em palco.

A alegria era incontrolável, tão logo que cantou o primeiro tema do seu guião, “Caboledo”, que, sem pedir, o público o seguia ao pé da letra, desafiando o artista a se manter calado.

A euforia aumentou tão logo “tio Paulito”, como também é tratado artisticamente, cantou os temas “Jeito alegre de chorar” e “Coisas da terra”, cujas letras retractam diversos temas da vida quotidiana dos angolanos.

Foram no total 25 músicas cantadas do seu vasto reportório, que conta já com 16 obras discográficas, sendo a primeira lançada em 1988, intitulada “Kapuete Kamundanda”, e a última “Candongueiro voador”, em 2017.

Numa bela e harmoniosa interacção com o público, quando apresentava o tema “Reencontro”, o artista desculpou-se por nunca estar antes na região, sobretudo nos momentos mais delicados que a província vivenciou.

O ambiente ficou mais calmo, quando interpretou os temas “ A carta” e “Minha velha”, cujas letras também retractam a saudade de um filho que vive distante da sua mãe, assim como a necessidade de as valorizar.

Naquele momento, quase que os convivas sentiram-se tocados, em função da nostalgia das melodias que apresentavam um cenário mais calmo.

Minutos depois, o ambiente voltou ao “rubro”, quando Paulo Flores convidou para subir em palco um dos seus convidados, o músico Prodígio, um jovem artista da actual geração que conquistou a admiração e simpatia do público mais jovem.

Com Prodígio, tio Paulito cantou o tema “Ainda o país que viu nascer meu pai”, que mereceu igualmente fortes aplausos, face à encenação feita pelos bailarinos que apresentaram-se trajados com roupa africana, demonstrando a bela sincronia com os hábitos e costumes desta região.

Ao retomar o guião, Paulo Flores cantou os temas “Esquebra” e “ Boda”, ambas músicas que meteram todos a dançar ao ritmo do semba, embora de forma apertada.

Yuri da Cunha volta ao Bié 15 anos depois

Outro convidado do cartaz foi Yuri da Cunha, que regressou ao Bié 15 anos depois.

Durante o dueto, ambos cantaram o sucesso “Vamos ficar como o papá nos deixou”.

O artista também interpretou o tema “Regressa”.

Ao lado do anfitrião, Yuri da Cunha cantou “Njila ia Dikanga”, cuja letra foi escrita por ambos.
Em homenagem ao falecido músico Carlos Burity, os artistas recordam o sucesso “O semba”.

Já na recta final e por conseguinte um dos momentos mais marcantes, foi quando cantou o sucesso “Inocente”, gravado em 2005, mas que até aos dias actuais tem sido ouvido pelas distintas gerações.

Ao sair do palco, Paulo Flores disse à imprensa local que o objectivo do espectáculo foi celebrar com a população biena os 36 anos da sua carreira, e que ficou orgulhoso pela recepção.

Por sua vez, a governadora do Bié, Celeste Adolfo, considerou o artista Paulo Flores um ícone da música em Angola, tendo enaltecido os promotores do evento por brindar a população com o momento.

Disse que a província do Bié carece de eventos de géneros para incentivar o turismo interno.
A tounée “Angola que canta” segue-se agora para as cidades de Benguela e Luanda.

Paulo Flores nasce a 1 de Julho de 1972, no município do Cazenga, província de Luanda.

O seu primeiro álbum intitulado “Kapuete Kamundanda” foi gravado em 1988, aos 16 anos, na Rádio Luanda.

ANGOP

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