Plano de desminagem em Angola foi ajustado face ao desmantelamento da USAID

Luanda, (Lusa) – Angola decidiu adequar o plano de desminagem, dado o desmantelamento da USAID e a suspensão da ajuda norte-americana a algumas Organizações Não-Governamentais (ONG) que operam no país lusófono, disse hoje fonte oficial.

A informação sobre o plano de desminagem foi transmitida pelo diretor geral da Agência Nacional de Ação Contras Minas (ANAM) de Angola, Leonardo Sapalo.

“Obviamente, que qualquer suspensão tem alguma implicação porque não foi alguma suspensão planificada, foi uma suspensão imediata, rápida e com execução imediata, claro que se fica surpreso”, afirmou hoje o responsável em declarações à Lusa.

Segundo Leonardo Sapalo, a ANAM tomou já algumas medidas para adequar o plano operacional de desminagem para que as ONG internacionais continuem a desenvolver a sua atividade, sobretudo pelo facto de estas não terem apenas um único doador.

As ações de desminagem em Angola incidem sobretudo em áreas conhecidas, sobretudo nas províncias do Moxico, Moxico Leste, Bié, Bengo e Cuanza Norte, “onde se tem os maiores financiamentos”, justificou.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu recentemente desmantelar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla inglesa) e a consequente suspensão da ajuda norte-americana a vários segmentos, incluindo ONG que operam no setor da desminagem.

Leonardo Sapalo assegurou também trabalho contínuo para a desminagem em Angola, salientando que o organismo que dirige deve continuar, no decurso de 2025, a desminar as áreas conhecidas e não só, a formação técnico-profissional dos operadores e as campanhas de sensibilização sobre o perigo das minas.

A Brigada de Desminagem das Forças Armadas Angolanas, brigadas de desminagem do Centro Nacional de Desminagem, ONG APUAKO Minas, The Halo Trust, Ajuda Popular da Noruega, AMAG e a ONG APOPO são as organizações que operam neste processo.

O Presidente angolano quer o país livre de minas até 2027 e anunciou em outubro de 2024 que vão ser investidos nos próximos dois anos cerca de 240 milhões de dólares (220 milhões de euros) no programa de desminagem.

Angola, que viveu uma guerra civil de quase três décadas, é um dos países do mundo com maior extensão territorial contaminada ainda por minas terrestres.

DAS // JMC

Lusa/Fim

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