DUBAI (Reuters) – O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, questionou na segunda-feira a sinceridade dos Estados Unidos em buscar negociações com Teerã, enquanto multidões de pessoas, muitas delas cantando “Morte à América”, se reuniam em todo o país para marcar o aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, restabeleceu sua campanha de “pressão máxima” sobre o Irã, que inclui esforços para reduzir suas exportações de petróleo a zero, a fim de impedir que Teerã obtenha uma arma nuclear.
Trump disse, no entanto, que gostaria de ter um acordo de paz nuclear verificado com Teerã e expressou sua disposição de conversar com Pezeshkian, que disse na semana passada que seria fácil verificar se o Irã não estava desenvolvendo armas atômicas.
Pezeshkian, em um discurso televisionado na Praça Azadi (Liberdade), em Teerã, na segunda-feira, adotou um tom duro: “Se os EUA fossem sinceros em relação às negociações, por que nos sancionaram?”
Ele afirmou que Teerã “não busca a guerra… mas não cederá à pressão estrangeira”.
A televisão estatal iraniana mostrou centenas de milhares de pessoas reunidas para marcar o aniversário da revolução de 1979 em um ato que o establishment clerical anunciou como uma chance de mostrar unidade em meio à crescente pressão dos EUA e de Israel.
“Morte à América” e “Morte a Israel”, gritaram os manifestantes em cidades e vilas de todo o Irã, repetindo o canto ritual da revolução que derrubou o Xá apoiado pelos EUA e levou o clero muçulmano xiita ao poder.
A mídia estatal publicou uma imagem que mostra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e Trump usando uniformes de prisão e em pé dentro de uma gaiola de metal. Outra foto mostrava alguns manifestantes pendurando uma efígie de Trump em uma forca.
Na sexta-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que as negociações com os EUA “não são inteligentes, sábias ou honrosas”, mas não chegou a renovar a proibição de negociações diretas com Washington decretada durante o primeiro governo Trump em 2018.
Por Parisa Hafezi
Reuters