Praia, (Lusa) – O próximo presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) será eleito em 30 de março, em eleições diretas que também definirão 318 delegados ao congresso, anunciou hoje o secretário-geral adjunto durante o Conselho Nacional.
“Sabemos que vai ser eleito um novo presidente do PAICV, com data já marcada para o dia 30 de março”, revelou Jorge Lopes, na Praia, no último dia da reunião do Conselho Nacional, que começou no sábado com o objetivo principal de definir as datas para a eleição da nova liderança e a preparação do congresso já agendado para os dias 02, 03 e 04 de maio.
O dirigente explicou que o processo eleitoral envolve a renovação dos mandatos das estruturas regionais, setoriais e autónomas, tanto no território nacional como na diáspora, de forma a garantir a escolha dos delegados ao congresso.
Os delegados ao congresso serão eleitos simultaneamente com o novo presidente, totalizando 318, além de 144 delegados natos e 15 indicados pela Juventude do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (JPAI), formando um total de 477 participantes.
Segundo o secretário-geral adjunto, os candidatos à presidência têm de apresentar as suas moções de estratégia, delineando propostas para o partido e para o país, em conformidade com os requisitos estatutários.
Até ao momento, três militantes do PAICV manifestaram publicamente a intenção de concorrer à presidência.
Destacam-se os presidentes das câmaras municipais da Praia, Francisco Carvalho, e de São Filipe, na ilha do Fogo, Nuias Silva.
Também este domingo, o deputado nacional pelo círculo da Europa, Francisco Pereira, anunciou formalmente a sua candidatura: “Sim, sou candidato à presidência do PAICV”, afirmou à margem do Conselho Nacional.
No sábado, Rui Semedo, atual presidente do PAICV, comunicou que não irá disputar um novo mandato, destacando a importância da renovação na liderança para posicionar o partido para as próximas batalhas eleitorais.
Nas eleições autárquicas de 01 de dezembro, o PAICV conseguiu, pela primeira vez, inverter o mapa autárquico do arquipélago, conquistando 15 municípios, enquanto o Movimento pela Democracia (MpD), no Governo, ficou reduzido a sete câmaras municipais.
Na capital, Francisco Carvalho venceu o ex-ministro Abraão Vicente, com uma vantagem de cerca de 10.000 votos.
O Conselho Nacional acontece num momento de grande expectativa política, com as eleições autárquicas a serem vistas como uma antecâmara para as legislativas e presidenciais de 2026.
Enquanto isso, o MpD já convocou uma reunião da direção nacional para 11 de janeiro, destinada a analisar os resultados eleitorais e traçar estratégias futuras.
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