Maputo, 03 jun 2025 – A procuradora-geral adjunta de Moçambique, Amabelia Chuquela, admitiu dificuldades em investigar casos de tráfico humano, devido à “sofisticação” destas operações criminosas no país.
“Continuamos a ter (…) um número [de casos de tráfico humano] que, para nós, não reflete a realidade. Temos o registo de cinco casos que ocorreram o ano passado”, disse Amabelia Chuquela, após um encontro de intercâmbio entre os órgãos de investigação criminal de Moçambique e Brasil, que decorreu segunda-feira em Maputo.
Segundo a representante, o “modus operandi” destas redes “tem estado a sofisticar-se”, o que não tem permitido que haja maior identificação de casos de tráfico humano no país.
Estas dificuldades, para a procuradora-geral adjunta, dificultam ainda a identificação das vítimas, a responsabilização dos autores, além da compensação aos prejudicados pelo crime.
De acordo com Chuquela, é preciso maior dinamismo: “para que as instituições estatais e não estatais compreendam aquele que é o seu papel neste plano, e assim podermos avançar o nosso país naquilo que diz respeito às componentes da prevenção, apoio e assistência às vítimas de tráfico”.
O último caso de tráfico humano em Moçambique, deu-se em 21 de maio quando o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) anunciou ter detido um cidadão indiciado de participar no crime de tráfico, por recrutar 16 indivíduos na província de Sofala, centro de Moçambique, para levar para o Vietname.
Em declarações à Lusa, o porta-voz do Sernic, João Adriano, explicou na altura que o homem tinha sido detido no Aeroporto Internacional de Maputo, na capital moçambicana, quando tentava embarcar com 16 homens, todos provenientes de Sofala, a mando de um empresário de origem chinesa.
“A polícia suspeita tratar-se de um caso de tráfico de pessoas para fins de exploração. Talvez como mão-de-obra de obra barata”, disse então João Adriano.
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