Ambriz – Angola vai dar início, pela primeira vez, a produção de gás não associado, no último trimestre deste ano, com a entrada em funcionamento dos campos das plataformas de Quilima e Maboqueiro, informou terça-feira, no município do Ambriz, província do Bengo, o administrador executivo da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Arthur Custódio.
Falando por ocasião da entrega da plataforma Quiluma, fabricada pela Petromar, o responsável sublinhou que o país tem feito produção até agora gás associado, necessário, por questões ambientais, para redução da emissão de poluentes.
“Com aprovação da Lei de gás, vamos passar para o desenvolvimento dos campos de gás que o país muito precisa para a diversificação da nossa economia”, frisou.
Segundo o administrador, a entrada em funcionamento deste projecto, no município do Soyo, província do Zaire, Soyo, vai gerar cerca de 200 postos de trabalhos permanentes e outros indirectos por via de empresas prestadores da serviço.
Explicou, sem avançar o valor, que a construção desta plataforma resulta de um investimento do consórcio entre a Azule Energy, Total Energy, Chevron Compani e Sonangol Energy.
Adiantou que a plataforma vai fazer um percurso de transportação de dois a três dias, do Ambriz até ao Soyo, onde, com uma grua de grande porte, será colocada na jacket aí existente.
Após esse passo, disse, dar-se-á início a fase da perfuração dos poços para conectar a ela, além dos poços já existentes.
Quanto à produção, o director de operações da Azule Energy, Alister Forder, disse prever-se 350 milhões de pés cúbicos por dia e quatro bilhões de metros cúbicos anualmente.
Referiu que a plataforma foi projectada para abrigar a maioria dos poços de desenvolvimento, cuja produção será enviada para a Angola LNG.
Para o director, a cadeia de valor do gás no país é transformacional e desempenhará um papel fundamental na geração de energia mais sustentável.
No seu entender, Angola ajudará o mundo a reduzir as emissões de carbono e a transitar para fontes de energia mais limpas, uma contribuição vital à medida que o mundo age para limitar as mudanças climáticas.
Por sua vez, o director-geral da Petromar, Frédéric Heintz, informou que a plataforma começou a ser construída em 2022 e gerou dois mil postos de empregos.
Considerou ter sido um projecto desafiado para a empresa nos seus 40 anos de existência, pela magnitude da plataforma, obrigando a um crescimento da sua força em vários domínios.
Apontou que o resultado apresentado representa o esforço conjugado de todos colaboradores da empresa e uma dedicação para que pudessem cumprir com o prazo estabelecido.
A plataforma Quiluma comporta cerca de cinco toneladas de aço e tecnologia actualizada para os trabalhos que se esperam realizar.
ANGOP