Lubango – Sessenta e cinco mil famílias dos municípios dos Gambos (Huíla) e Bibala (Namibe) beneficiam desde 2017 do Projecto Social Integrado, através do acesso à água e à energia solar, cuidados preventivos de saúde e qualidade da educação e diversificação económica.
O Projecto Social Integrado da Huíla e Namibe é financiado pela Azule Energy e implementado pela ONG Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) – Angola em parceria com os governos da Huíla e do Namibe, através das administrações dos dois municípios onde está a ser implementado a iniciativa.
O objectivo do projecto, iniciado em 2017 e já em fase de conclusão, é promover a melhoria das condições de vida das comunidades beneficiárias, intervindo em áreas cruciais como água e saneamento, educação, energia, saúde e diversificação económica.
Trata-se de 35 mil famílias de 53 comunidades do Chiange e Chibemba, nos Gambos, e 30 mil de 50 comunidades de Caitou, Lola, Bibala-sede e Capangombe, no município da Bibala.
Em declarações à ANGOP hoje, terça-feira, o oficial de monitoria e avaliação do projecto, José Caetano, afirmou que ao longo destes sete anos o impacto é positivo, pois muitas das famílias desconheciam alguns dos serviços que a iniciativa trouxe às comunidades.
Exemplificou que, só na agricultura, as famílias não tinham o hábito do cultivo agro-florestal, mas levaram a cultura da mamona, por ser uma das formas de diversificação da economia local, que, para além do óleo extraído para uso comum e para a produção de sabão, usam os restos da planta para fertilizar o solo e as folhas como insecticidas.
Fruto disso, segundo a fonte, mais de mil agricultores e criadores de animais diversificaram a sua produção através das Escolas de Campo e 352 membros foram capacitados em técnicas de produção de mamona e óleo de rícino, assim como 61 beneficiaram do curso de corte e costura e empreendedorismo.
“Existe comunidades que não faziam o consumo de hortícolas como o quiabo e a beringela e o projecto levou isso para lá, a fim de melhorarem a sua dieta alimentar”, reforçou.
Na questão da água, cuja disponibilidade reduz os esforços para sua obtenção do líquido e melhora a saúde das famílias, avançou que foram estabelecidos 12 furos e 16 represas, assim como capacitados grupos de água e saneamento para cuidarem dos sistemas, e está em curso a conclusão de 16 poços melhorados.
Para a saúde, segundo José Caetano, as famílias defecavam ao ar livre e o projecto implementou uma série de actividades no ramo da saúde, e têm já mais de duas mil famílias que construíram as suas próprias latrinas, por meio de material local e 32 comunidades certificadas como independentes da defecação ao ar livre.
Acrescentou que muitas famílias eram assoladas pela malnutrição e por intermédio de lições de saúde as famílias começaram a ficar mais consciencializadas dos bons hábitos alimentares.
No acesso à energia, a fonte afirmou terem sido instalados 26 sistemas solares em escolas, unidades sanitárias públicas e residências, assim como a distribuição de 230 pequenos sistemas solares e 200 fogareiros eficientes, produzidos por jovens capacitados pelo projecto.
Já na educação, José Caetano ressaltou a capacitação de 227 professores em práticas pedagógicas e promoveu a frequência escolar e a inclusão educacional para mais de 10 mil 600 alunos.
ANGOP