RDCongo: Cimeira da África Oriental e Austral procura compromisso de paz

Redação, (Lusa) – Os chefes de Estado e de Governo dos países da África Oriental e Austral vão procurar encontrar hoje, na Tanzânia, um compromisso que ponha termo ao reacender do conflito no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

O conflito em RDCongo, que no espaço de pouco mais de uma semana provocou quase 3 mil mortos, segundo as Nações Unidas, ameaça estender-se a toda a região e é para tentar evitar essa perigosa escalada que a Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), apostam numa cimeira conjunta.

O encontro ao mais alto nível vai decorrer num contexto de fortes tensões entre Kinshasa e Kigali, depois de o grupo armado M23 e os seus aliados das forças ruandesas terem, no final de janeiro, tomado Goma, a principal cidade do leste da RDCongo, e continuado a avançar na região.

A cimeira, que decorrerá em Dar es Salaam, na Tanzânia, juntará vários chefes de Estado e de Governo, e, sobretudo, os Presidentes dos dois países envolvidos no conflito: Félix Tshisekedi (RDCongo) e Paul Kagame (Ruanda), que nas últimas semanas evitaram encontrar-se.

O Presidente do Quénia, William Ruto, divulgou na segunda-feira nas redes sociais que tanto Tshisekedi como Kagame confirmaram a sua presença.

A cimeira de hoje resulta de um acordo entre William Ruto, e o seu homólogo do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, que lideram a EAC e a SADC, respetivamente.

Os dois blocos regionais exigem um cessar-fogo imediato e apelaram às partes para que se empenhassem nos processos de paz em curso, como o processo de paz de Luanda, sob a mediação do Presidente angolano, João Lourenço – mandatado pela União Africana -, no âmbito do qual foi acordado um cessar-fogo em 31 de julho de 2024, e o processo de paz de Nairobi.

O cessar-fogo mediado por Angola falhou e o processo de paz de Nairobi ficou no papel.

Após vários dias de intensos combates entre o exército da RDCongo e o M23, as milícias conseguiram, em 27 de janeiro, ocupar Goma, capital da província de Kivu Norte, que faz fronteira com o Ruanda e é rica em minerais e metais indispensáveis para a indústria e tecnologia mundiais.

Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU.

EL // MLL

Lusa/Fim

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