Ruanda pede cessar-fogo e negociações com rebeldes no Congo, diz ministro das Relações Exteriores

(Reuters) – Ruanda, que, segundo diplomatas, apoia os combatentes do M23 que tomaram Goma, na República Democrática do Congo, nesta semana, pediu nesta quarta-feira um cessar-fogo e uma negociação com os rebeldes no Congo, e negou o envolvimento de tropas ruandesas.

O ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, disse à Reuters por telefone que os combates serão interrompidos em Goma, agora sob o controle dos rebeldes no Congo. Ainda houve relatos de saques e tiroteios esporádicos nesta quarta-feira em Goma.

“Mas Ruanda apoia que haja um cessar-fogo em toda a região (do leste do Congo) e que haja um diálogo, o que temos solicitado há muito tempo entre a RDC e o M23”, disse ele.

A ONU, os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e o Congo afirmam que Ruanda apoia o M23 e que as forças ruandesas ajudaram os combatentes rebeldes a capturar Goma, maior cidade do leste do Congo, na segunda-feira.

Ruanda nega que suas forças tenham entrado no Congo e descreve as ações de seus próprios militares como apenas defensivas.

Nduhungirehe não comentou sobre quaisquer medidas que Ruanda pode ou deve tomar para garantir um cessar-fogo no leste do Congo.

Nesta quarta-feira, os rebeldes do M23 moviam-se para o sul de Goma, capital da província de Kivu do Norte, em direção a Bukavu, a capital da província de Kivu do Sul, no que parecia ser uma tentativa de expandir sua área de controle.

Nduhungirehe disse que a perda de Goma enfraqueceu o presidente do Congo, Felix Tshisekedi, e que sua única opção seria negociar com os rebeldes.

O Congo considera o M23 um “grupo terrorista” e se recusa a negociar diretamente com ele. A ministra das Relações Exteriores do Congo, Therese Kayikwamba Wagner, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que sancione Ruanda por seu apoio ao M23.

(Reportagem de Sonia Rolley em Paris)

Por Sonia Rolley

Reuters

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