Sacerdote alerta jovens sobre riscos das apostas desportivas

Cuito – O padre e escritor Simão Tchilingutila alertou, domingo, a juventude angolana sobre os riscos das apostas desportivas e a primar pelo equilíbrio na adopção destas práticas na busca por recursos financeiros.

O religioso falava na cerimónia de apresentação aos amantes da literatura da província da sua mais recente obra literária de contos, intitulada: “As três (in) sustentáveis casas da psiquiatria”, realizada na mediateca Abel Abraão.

As apostas desportivas são um dos três contos descritos na obra, com 86 páginas, colocada no mercado literário, em acto realizado na Universidade Católica de Angola (Luanda).

Na mesma, o autor dedicou o conto na abordagem a crescente influência que as mesmas têm tido na vida da juventude.

Destacou que, embora estejam na moda e sejam vista por muitos jovens como uma esperança de realização financeira, por conta das dificuldades de acesso ao mercado de trabalho, apresentam sérias armadilhas.

Disse que muitos jovens vêem nelas uma alternativa para superar as dificuldades de acesso ao mercado de emprego formal, buscando nelas uma fonte rápida de recursos, mas é importante entender que, por um lado, elas podem trazer ganhos, e por outro, representam uma grande ilusão.

Acrescentou que na busca por ganhar muito, alimentados por falsas expectativas e ilusão de que é possível resolver a vida financeira apenas com fichas e sorte, muitos acabam perdendo tudo e levam-nos a uma condição de alienação.

“Muitas vezes, os jovens apostam valores significativos e, ao ganhar uma ou outra vez, ficam com a esperança de que o sucesso continuará, mas a realidade é que a maioria das apostas resulta em perdas, deixando-os frustrados, com esperança destruída e muitas vezes, com dificuldades financeiras agravadas,” explicou.

Por isso, apelou ao equilíbrio e à moderação na adopção destas práticas para a satisfação das necessidades económicas, pois é importante que a verdadeira riqueza venha do trabalho sério e do esforço diário.

“Se for para apostar, que seja com moderação, sem colocar o coração naquilo, porque acreditar que as apostas são a solução rápida para o sucesso económico é uma ilusão perigosa”, sublinhou.

Para ajudar os jovens a sair dessa situação, o sacerdote solicitou ao governo e ao sector empresarial para a contínua aposta na criação de oportunidades de emprego e elevar o nível de empregabilidade juvenil.

De acordo com o religioso, a maioria da juventude frequenta acções formativas académica e técnica profissional, muitas das vezes fora do país, mas enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, o que acaba de criar no seio da mesma o desânimo, à fuga da paternidade e até ao suicídio.

Ainda nesta vertente, instou a própria juventude a desenvolverem iniciativas próprias, lembrando que de um jovem desempregado com visão pode surgir um empreendedor de sucesso.

Os outros dois contos retratados no livro estão relacionados às tradições e às práticas religiosas, que na visão do escritor, também quando mal utilizadas, se transformam em casas insustentáveis na busca pela realização pessoal.

Em breves declarações, o bispo do Cuito-Bié, dom Vicente Sanombo, encorajou o autor a continuar com a sua veia escritora no sentido de ajudar a igreja a contribuir na abordagem dos diversos problemas sociais e na sua resolução.

As três histórias têm como palco de desenvolvimento as províncias do Bié, Huambo e Luanda.

Simão Tchilingutila, natural do município da Nharêa, província do BIé, é sacerdote do clero diocesano local, ordenado em 2019.Também é autor de três obras literárias nomeadamente: Compões comportamentais, Diário de um professor aplicado e Estações clássicas.

Bacharel em filosofia e licenciado em teologia, pelo Seminário Maior de Cristo Rei, é estudante do Curso de Línguas e Literatura pela Faculdade de Ciências Humanas da UCAN.

O mesmo tem em forja um livro de poesia a ser lançado em breve. Para além de Luanda e Bié, a obra as três (in) sustentáveis casas da psiquiatria, já foram apresentadas na província do Huambo, na última sexta-feira (30/05).

(ANGOP)

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