Luanda, (Lusa) – O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) considerou hoje um “grave atentado” à liberdade de imprensa a detenção do jornalista António Domingos, na manifestação de domingo no Cuanza Norte, admitindo avançar com uma ação judicial contra a polícia.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas Angolanos, o jornalista António Domingos, secretário provincial do sindicato na província angolana do Cuanza Norte, foi detido pela polícia enquanto cobria uma manifestação de protesto convocada pela sociedade civil devido a mortes de idosas nos campos agrícolas daquela província.
A polícia abordou o jornalista e mesmo depois de identificado foi levado para as instalações do Comando Municipal de Ndalatando (capital da província), “tendo sido libertado transcorrido algum tempo”, refere-se.
Pela “gravidade” do ocorrido, o SJA “reserva-se no direito de intentar uma ação judicial contra os autores de tais sevícias por configurarem crime de atentado à liberdade de imprensa”.
Um protesto na província angolana do Cuanza Norte, devido à morte nos últimos meses de 16 idosas camponesas em circunstâncias ainda por esclarecer, resultou em várias detenções, incluindo de deputados da UNITA, noticiou hoje a imprensa angolana.
Segundo a Emissora Católica de Angola, violações e assassínios de 16 idosas em campos agrícolas no município do Cazengo, no Cuanza Norte, foi o mote da manifestação de domingo, reprimida pela polícia local e que resultou em várias detenções.
Vários cidadãos foram detidos na sequência da marcha reprimida pela polícia, incluindo dois deputados da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) e um jornalista que fazia a cobertura do evento, posteriormente postos em liberdade.
Em comunicado, a polícia esclarece que foram chamados no domingo a repor a circulação da Estrada Nacional 230, que havia sido interdita “por pessoas desconhecidas” e na reposição da ordem estas insurgiram-se com os efetivos da corporação.
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