Benguela – As unidades hoteleiras da província de Benguela registaram uma taxa de ocupação muito próxima de 100 por cento, durante a Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito, que contou com a participação do Presidente norte-americano, Joe Biden.
O certame, que impulsionou a ocupação dos hotéis nas cidades do Lobito e de Benguela, juntou ainda os presidentes de Angola, João Lourenço, da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e o vice-presidente da Tanzânia, Philip Mpango.
Segundo o chefe de Departamento do Turismo em Benguela, João Calete, o sector hoteleiro esteve preparado para receber as delegações oficiais dos cinco países participantes desta cimeira dedicada ao Corredor do Lobito.
O responsável acrescentou que a taxa de ocupação alcançou quase 100 por cento, sendo que os hotéis, lodges, pensões e residenciais estiveram quase todos lotados.
Por sua vez, o presidente da Associação de Hotelaria e Turismo na província de Benguela, Cláudio Silva, confirma, igualmente, que as unidades hoteleiras estiveram com uma taxa de ocupação alta, com a vinda do Presidente Joe Biden.
“Quando falamos de uma deslocação do Presidente norte-americano só a segurança é suficiente para encher as muitas unidades hoteleiras do Lobito”, referiu.
É nesse sentido que deu a conhecer que a maior taxa de ocupação esteve no Lobito, porque as delegações oficiais concentraram-se todas naquela cidade ferro-portuária.
Cimeira
Refira-se que o ponto mais alto da visita de Joe Biden a Benguela foi a Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito.
Fazendo um balanço do evento, o ministro das Relações Exteriores, Tete António, considerou, nesta quarta-feira, que a visita do Presidente americano Joe Biden correspondeu à expectativa, sob o ponto de vista bilateral, das relações históricas e vontade politica em avançar com o Corredor do Lobito.
O ministro referiu-se sobre a Cimeira, afirmando que não se trata apenas de oportunidades de transportação de minerais, mas também da agricultura, agro-negócio e tudo quanto rodeia o Corredor do Lobito.
“Durante a Cimeira, podemos perceber que não são apenas os angolanos que pensam nas vantagens do Corredor do Lobito”, afirmou.
Segundo ele, os vizinhos da República Democrática do Congo e da Zâmbia coincidem em afirmar que todos têm muito a ganhar com o projecto no presente e no futuro.
Questionado sobre os reflexos do investimento no domínio da segurança alimentar, assegura que terá impacto na vida dos cidadãos.
Sobre este aspecto, referiu que, além da empregabilidade, os cidadãos vão beneficiar daquilo que se produz.
“Se pensarmos na diversificação económica, que também é outro tema do Corredor do Lobito, é um factor motivador”, afirmou.
Quanto a exploração de minérios da República Democrática do Congo e da Zâmbia, realçou o facto de encurtar o trajecto, comparado com a extensão actual.
Sobre o Corredor
O Corredor do Lobito interliga as regiões sul da República Democrática do Congo (RDC) e do noroeste da Zâmbia aos mercados comerciais regionais e mundial via Porto do Lobito, em Angola.
Ele é o primeiro corredor económico estratégico lançado sob a égide da Parceria para as Infra-estruturas e Investimento Global do G7 (PGI), em Maio de 2023. À margem da Cimeira do G20, de Setembro de 2023, em Nova Deli, a UE e os EUA realizaram uma declaração conjunta no sentido de unir esforços para apoiar o desenvolvimento do Corredor.
O Corredor do Lobito vai desbloquear o enorme potencial da região, reforçar as possibilidades de exportação para Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia, e criar valor acrescentado e empregos através de investimentos em sectores como a agricultura.
ANGOP