Táxis voadores podem finalmente virar realidade com aplicações de emergência, carga e militares

PARIS (Reuters) – Oportunidades nos setores militar, de emergência e carga podem ajudar a tornar veículos chamados de “táxis voadores” uma realidade nos próximos anos, depois que o setor aéreo recebeu recentemente apoio do governo dos Estados Unidos, disseram executivos durante a feira de aviação Paris Airshow.

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse este mês aos órgãos reguladores dos EUA para acelerarem a certificação de aeronaves elétricas de decolagem e aterrissagem vertical conhecidas como eVTOLs, com o objetivo de garantir a liderança do países em relação à Ásia na tecnologia de táxis voadores.

A decreto deu novo ímpeto a um setor que tem lutado para conquistar críticos e órgãos reguladores.

“As pessoas dizem que as baterias são muito pesadas”, disse Kyle Clark, fundador e presidente-executivo da BETA Technologies, na feira. “Mas a realidade é que, se você colocar as aeronaves nos lugares certos, os benefícios serão reais.”

Os eVtols, popularmente chamados de “táxis voadores”, precisam se livrar da ideia de que são apenas para os ricos para se tornarem viáveis em escala.

Seus fabricantes dizem que serviços médicos de emergência, de carga e aplicações militares podem ajudar, pois oferecem uma alternativa mais barata e silenciosa a helicópteros em áreas que vão desde o transporte de passageiros e mercadorias até missões de resgate.

BETA, Joby Aviation e Archer Aviation fazem parte do Programa Agility Prime da Força Aérea dos EUA, que tem como objetivo desenvolver tecnologias para carga autônoma e aeronaves híbridas-elétricas. A Joby e a Archer já assinaram contratos militares no valor de US$131 milhões e até US$142 milhões, respectivamente.

“Temos duas aeronaves na Base da Força Aérea de Edwards e somos realmente gratos por todo o apoio e todo o aprendizado que obtivemos com isso”, disse JoeBen Bevirt, fundador e presidente-executivo da Joby Aviation. “Acreditamos que há oportunidades incríveis no setor de defesa.”

Clark, da BETA, que pilotou sua aeronave de decolagem e aterrissagem convencional em Paris, disse que a empresa tem uma posição clara na área de defesa: aeronaves confiáveis que podem ser usadas em todas as missões.

“Fomos a cerca de 10 bases”, disse ele. “Fizemos milhares de decolagens e pousos com os militares…Temos contratos. Acho que temos centenas de milhões de dólares reais e tangíveis fluindo para nós com a defesa.”

As três empresas, juntamente com a Wisk Aero, disseram que o decreto de Trump foi um grande passo para impulsionar as perspectivas do setor.

O secretário de transportes dos EUA, Sean P. Duffy, e o administrador interino da agência norte-americana de aviação, FAA, Chris Rocheleau, anunciaram na feira de Paris na terça-feira uma aliança liderada pelos EUA com Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia para agilizar a certificação de eVTOLs em nível global.

A Wisk Aero, controlada pela Boeing, difere de suas rivais pelo fato de estar focada no lançamento de serviços totalmente automatizados. “Temos o apoio político, temos o apoio do setor e temos o dinheiro para fazer isso acontecer”, disse o presidente-executivo, Sebastien Vigneron.

A preocupação do público com os sistemas de direção automatizada em carros sugere que os voos totalmente automatizados podem também precisar de convencimento de autoridades para obterem uma aceitação mais ampla.

Clark, da BETA, disse que quando as aeronaves estiverem nas mãos dos clientes, o caso comercial ficará claro. Ele disse que transportou passageiros nos EUA para o aeroporto JFK, em Nova York, usando apenas US$7 de eletricidade.

“Basicamente, você vira o opex e o capex de cabeça para baixo em relação aos custos recorrentes, e isso lhe diz que tipo de clientes e aplicações você quer para essas aeronaves”, disse ele.

“Não se trata de um avião que voa uma vez por semana, mas de uma aeronaves que voa três, quatro ou dez vezes por dia, no qual você explora os benefícios da propulsão elétrica.”

Por Paul Sandle

Reuters

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