Trump não pode deportar migrantes para países alheios

BOSTON (Reuters) – O governo Trump perdeu nesta sexta-feira uma tentativa de suspender ordem judicial que o impedia de deportar rapidamente migrantes para outros países, incluindo Líbia e El Salvador, sem antes ouvir as preocupações deles sobre sua segurança.

O 1º Tribunal de Apelações do Circuito dos EUA, sediado em Boston, recusou-se a suspender a liminar que impedia o governo de deportar migrantes, visando garantir aos migrantes a oportunidade de apresentar alegações de que podem ser perseguidos, torturados ou mortos se forem deportados para países não identificados anteriormente em seus processos de imigração.

O Departamento de Justiça dos EUA argumentou que a liminar nacional emitida pelo Juiz Distrital dos EUA Brian Murphy em 18 de abril impediu que milhares de ordens de deportação pendentes fossem executadas e prejudicou a capacidade do presidente Donald Trump de negociar a remoção de imigrantes para outros países.

O juiz, nomeado pelo antecessor democrata de Trump, Joe Biden, emitiu a liminar após proibir temporariamente o governo de acelerar as deportações de migrantes que, em alguns casos, têm proteções legais que os impedem de serem enviados de volta a seus países de origem.

O painel de três juízes disse nesta sexta-feira ter “preocupações” com nova orientação emitida pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA para reger essas deportações e “o dano irreparável que resultará de remoções indevidas nesse contexto”.

Trina Realmuto, advogada da National Immigration Litigation Alliance, que representa um grupo de migrantes no caso, disse que a decisão mantém em vigor proteções essenciais para migrantes que enfrentam uma possível deportação para um terceiro país.

“Essas proteções são especialmente importantes, já que agora sabemos que, na semana passada, o governo estava buscando ativamente deportar pessoas para a Líbia”, disse Realmuto em um comunicado.

Os Departamentos de Segurança Interna e de Justiça não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

Em fevereiro, o Departamento de Segurança Interna instruiu os oficiais de imigração a analisar os casos de pessoas que receberam proteção contra a remoção para seus países de origem para ver se poderiam ser retidas e enviadas para um terceiro país.

Entidades de direitos dos imigrantes entraram com uma ação em nome de um grupo de migrantes que buscava impedir sua rápida deportação para locais recém-identificados.

Murphy, ao apoiá-los, disse que eles tinham direito ao devido processo legal, de acordo com a Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos, para lidar com a preocupação de que poderiam ser deportados para países onde poderiam ser torturados.

(Reportagem de Nate Raymond em Boston)

Por Nate Raymond

Reuters

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