Adis Abeba, (Lusa) – A União Africana (UA) anunciou hoje que terá como tema do ano “uma frente unida” para “o pagamento de reparações históricas”, conteúdo a apresentar na 38.ª cimeira, entre 15 e 16 de fevereiro, em Adis Abeba, Etiópia.
“O tema do ano da União Africana para 2025 será ‘Construir uma frente unida para fazer avançar a causa da justiça e o pagamento de reparações aos africanos’, que será oficialmente lançado pelos chefes de Estado e de Governo” na cimeira, anunciou a UA, sendo que, na edição deste ano, o Presidente angolano, João Lourenço, vai assumir a presidência rotativa da organização.
O tema foi decidido pelos chefes de Estado e de Governo na 37.ª Sessão Ordinária da Assembleia da União, realizada em fevereiro de 2023, indicou a UA em comunicado.
“Na procura contínua por justiça e equidade, a conversa sobre reparações emergiu como um diálogo crítico e transformador que requer a atenção e a ação coletiva dos africanos e de todos os povos de ascendência africana. O âmbito deste diálogo vai para além das injustiças históricas e abrange o tecido atual das sociedades em todo o mundo”, explicou.
A UA indicou também querer garantir que o tema e as ações propostas são bem compreendidos antes dos debates.
“As complexidades da resolução de injustiças passadas, quer resultem do colonialismo, da escravatura transatlântica, do ‘apartheid’ ou da discriminação sistémica, exigem uma análise aprofundada e uma abordagem estratégica”, indicou.
A organização pretende, desta forma, assumir a liderança da agenda sobre as reparações históricas a África o que, na sua ótica, vai unir “cidadãos africanos e diáspora” numa “frente comum”.
De um modo geral, a UA defende que a justiça das reparações históricas vai promover “cura, equidade e o reconhecimento dos direitos e contributos dos povos africanos quando desafiados”.
A entidade disse ainda pretender que haja reconhecimento histórico, reparações financeiras, restituições de terras, preservação cultural, reformas políticas, responsabilização internacional, capacitação das comunidades e uma defesa contínua destas reparações.
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