A vandalização é uma ocorrência que atinge a maior parte das centralidades (conjuntos habitacionais), sobretudo às que não estão sob gestão do Fundo de Fomento Habitacional.
Em janeiro de 2020, a reportagem do “Jornal de Angola” noticiou que na Centralidade da Marconi, no distrito do Hoji Ya Henda, no município do Cazenga, mais de 200 portas e 100 contadores de energia elétrica foram vandalizados. Num clima de tensão, os residentes admitiram ser difícil enfrentar os meliantes quase todos os dias, muito dos quais em posse de armas de fogo.
Falta de energia eléctrica na via pública e de policiamento, sobretudo às noites, favorecem o aumento da delinquência. O problema é tido ainda como “muito sério” e afecta, principalmente, cinco centralidades do país, nomeadamente, a de Kapari, as duas centralidades do Namibe, Lobito e Baia Farta em Benguela.
Como vigiar e proteger o que por si só já é tão difícil de se conseguir e manter?
Não dá para a polícia vigiar cada centralidade e cada uma das suas unidades.
Presença policial e vigilância de todos
Mas, é possível sim estabelecer uma presença constante que tenha força para desencorajar o vandalismo. Incentivar a cidadania nos locais, criar um movimento colectivo de preservação. O governo, em todas as suas dimensões, deve dar o exemplo.
A permanente pilhagem dos recursos públicos, noticiada todos os dias, e a informação constante dos actos danosos de governantes não colaboram para uma acção efectiva de mudança de comportamento que corresponda a uma atitude mais centrada e mais respeitosa.
Na verdade, a vandalização não ocorre apenas nas centralidades. Esse descuido com a coisa pública, por mais triste que seja, parece ser um comportamento, de alguma forma, presente no poder público. Falta o bom exemplo para que a gente forme o bom cidadão.