Pequim, (Lusa) – O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou hoje que China e União Europeia (UE) devem “opor-se ao assédio unilateral”, por ocasião do 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, que coincide com tensões comerciais com os Estados Unidos.
Xi sublinhou que a relação entre a China e a UE é “uma das relações bilaterais mais influentes do mundo” e enquadrou esse vínculo num cenário global marcado pela incerteza.
“A humanidade encontra-se novamente numa encruzilhada histórica”, afirmou o líder chinês, que destacou o papel da cooperação bilateral como um modelo de referência internacional.
“Uma relação saudável e estável entre a China e a UE não só beneficia ambas as partes, como ilumina o caminho do mundo”, assinalou.
Xi disse atribuir grande importância ao desenvolvimento das relações com Bruxelas e expressou a sua vontade de trabalhar com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para “aprofundar a comunicação estratégica, ampliar a abertura mútua e gerir adequadamente as fricções e divergências”.
A mensagem, divulgada hoje, incluiu também uma resposta por parte dos líderes europeus, que destacaram a evolução da relação bilateral e expressaram a sua disposição para “enfrentar juntos os desafios partilhados e promover a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável”, segundo indicou a diplomacia chinesa.
O apelo de Xi surge num momento em que Pequim procura reforçar a cooperação com Bruxelas perante a crescente pressão que diz estar a ser alvo por parte de Washington.
A China tem criticado repetidamente as medidas económicas impostas pelos Estados Unidos — como tarifas aduaneiras ou restrições tecnológicas — e tem apelado à UE para que mantenha uma política independente, baseada no multilateralismo e no benefício mútuo.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, também trocou mensagens com Costa e von der Leyen, reafirmando o compromisso de Pequim com uma relação “estável, construtiva e de benefício mútuo”.
A comemoração do aniversário coincidiu ainda com o anúncio da retoma plena do diálogo legislativo entre Pequim e o Parlamento Europeu, após o levantamento mútuo das restrições impostas em 2021.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês reafirmou hoje que a cooperação com a UE “pesa mais do que a concorrência”, numa altura em que ambas as partes procuram preservar uma agenda comum face ao aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos.
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