Luanda – O antigo Primeiro-Ministro angolano, Marcolino José Carlos Moco, considerou sexta-feira, “simbólico e que se concretize no sentido da reconciliação nacional e do desenvolvimento”, o gesto de condecoração dos cidadãos, cujas acções tiveram um impacto significativo na história de Angola.
O político que exerceu o cargo de Primeiro-Ministro de Angola de 1992–1996, falava em entrevista à ANGOP, após ter sido condecorado, em cerimónia orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, com a medalha da Classe Paz e Desenvolvimento, durante as condecorações que abrangeram cidadãos que contribuíram na luta pela independência, conquista da paz, reconciliação nacional e o desenvolvimento económico.
Marcolino Moco afirmou que a sua condecoração é “modesta e justa por tudo que tenho feito em prol do desenvolvimento social, político e económico do país”.
“Considero bem enquadrado este grupo dos distintos na actividade da paz e desenvolvimento”, assinalou o político que manifestou-se satisfeito pelo gesto.
Notou que o signo destas celebrações dos 50 anos da Independência Nacional, aliado as condecorações “é efectivamente a reconciliação e a unidade de todos os angolanos”.
No âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência Nacional de Angola, o Governo instituiu a Medalha Comemorativa da Independência, conforme estabelecido pela Lei n.º 2/25, de 18 de Março de 2025.
Desde 4 de Abril de 2025, altura da primeira cerimónia, foram condecoradas várias personalidades históricas, muitas delas a título póstumo, que desempenharam papéis fundamentais na luta pela independência de Angola.
Durante estas cerimónias, o Presidente João Lourenço distinguiu diversas figuras, incluindo o general cubano Cintra Frias, reconhecido pelo seu contributo durante o período de luta pela independência.
A Medalha Comemorativa dos 50 Anos de Independência é produzida com ouro de até 24 quilates, simbolizando a nobreza e o valor do contributo dos homenageados para a história de Angola.
Sobre o condecorado
Marcolino José Carlos Moco, nascido a 19 de Junho de 1953, natural de Chitue, província do Huambo, licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto, é uma figura política destacada em Angola. Foi o primeiro Primeiro-Ministro do país após a adopção do multipartidarismo, e desempenhou diversos papéis importantes na história recente de Angola.
Na sua folha de serviço a nível do Governo exerceu cargos de governador da província de Bié (1986–1987), ministro da Juventude e Desportos (1989–1992), Primeiro-Ministro de Angola (1992–1996) e de Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP (1996–2000).
É respeitado por sectores da sociedade civil angolana como um intelectual lúcido e um político que representa uma geração que tentou reconciliar o Estado com os valores democráticos, especialmente nos anos 1990.
(ANGOP)