INAC identifica quatro mil crianças de rua no país

Huambo – Quatro mil crianças de rua foram identificadas, desde 2024 até a presente data, nas cidades capitais das 21 províncias do país confirmou, esta sexta-feira, o director-geral do INAC, Paulo Kalesi.

O responsável, falava sobre a situação das crianças de rua no país no seminário de capacitação sobre os procedimentos no atendimento de crianças em situação de risco e vulnerabilidade social que juntou 75 membros de instituições religiosas, Polícia Nacional, administradores municipais, académicos, órgãos da justiça, representantes de organizações não governamentais e autoridades tradicionais.

Paulo Kalesi explicou que, desta cifra, duas mil e 500 crianças passam um tempo nas ruas e regressam às suas casas no final do dia enquanto mil e 500 pernoitam nos mesmos locais, fora do ambiente familiar.

Sinalizou que a presença de meninos de rua é motivada pelas supostas organizações ou personalidades que oferecem alimentação e valores monetários, na via pública, com o pretesto de ajudar pessoas em condições de vulnerabilidade, sem abrigo e com dificuldades económicas.

O responsável argumentou que a distribuição de sopas e outros bens essenciais, nas ruas, são procedimentos e comportamentos errados de assistência, considerando as melhores atitudes os patrocínios em instituições de acolhimento infantil ou outras similares, para solidariedade com as famílias em condições de vulnerabilidade.

Para o director-geral do INAC, o ideal é fomentar programas de sensibilização para as crianças abandonem as ruas, para aumentar os níveis de protecção e segurança das mesmas, de modo a reforçar os valores familiares nas comunidades.

Na ocasião, apelou à necessidade dos centros de acolhimentos adicionarem diversos programas pedagógicos e de moralização, para evitar a desocupação das crianças e, automaticamente, travar a fuga deste grupo social dos lares colectivos.

Na sua visão, os centros de acolhimentos devem abraçar as novas políticas laborais, que normalmente permitem o acompanhamento, num prazo de seis meses.

Passado este período, continuou, os petizes são devolvidos ao convívio familiar ou iniciam um procedimento de adopção para desencorajar tais práticas.

Por seu turno, o chefe do departamento da Acção Social no Huambo, Albino Lumingo, disse que as famílias devem proteger e contribuir para a segurança dos menores, no cumprimento dos 11 compromissos e direitos dos petizes.

Assegurou que o Governo local tem dinamizado programas concretos sobre a retirada das crianças e nas ruas.

Nestas condições, entre 2021 a 2024, foram reunificadas e devolvidas, perto de 120 crianças, ao convívio familiar.

Informou que as crianças reunificadas regressaram às províncias do Bié, Benguela, Cubango, Cuanza-Sul, Huambo, Huíla e Luanda.

ANGOP

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