Viana – O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola, Antero de Pina, defendeu nesta segunda-feira, o reforço das políticas públicas contra a gravidez precoce, por ser um problema que afecta o futuro do país, particularmente das meninas.
Intervindo no encontro de auscultação e sensibilização sobre os riscos da gravidez na adolescência, que um grupo de deputados da Assembleia Nacional efectuou à escola 5002, no município de Viana, Antero de Pina (representante da UNICEF) disse que esta matéria não deve ser encarada no foro pessoal ou familiar, mas sim nacional.
Segundo ele, este problema força as meninas a abandonar os estudos e faz com que elas se sintam abandonadas e condenadas à pobreza, daí a necessidade de uma acção concertada para reduzir a incidência destes casos.
Acrescentou ser imperioso investir na educação das adolescentes, alertando-as sobre os riscos da gravidez precoce e das suas consequências para fortalecer o conceito de família e contribuir para o desenvolvimento do país.
As meninas de 13, 14 ou 15 anos, enfatizou, ainda são menores e não estão preparadas física nem emocionalmente para cuidar de outras crianças.
Presente no acto, a deputada Arleth Borges apelou para a cultura de denúncia de casos de abusos sexuais, independentemente de quem seja o autor, salientando que a adolescência não é uma fase em que se recomenda ter filhos, mas ser aproveitada para estudar e se preparar para constituir família.
A actividade teve como objectivo reforçar as capacidades e compreensão dos jovens sobre as consequências da gravidez na adolescência, bem como promover o diálogo entre vários actores da sociedade sobre o impacto da maternidade prematura na educação, empregabilidade e do papel da mulher na sociedade.
O encontro inseriu-se na campanha de erradicação do casamento infantil e da gravidez na adolescência, uma questão de direitos humanos e desenvolvimento da criança, sob a égide do Projecto de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos, VIH/Sida e Governação do Fórum Parlamentar da SADC em parceria com o UNICEF.
Participaram do evento, para além de alunos, deputados à Assembleia Nacional, representantes dos Ministérios da Saúde, Família e Promoção da Mulher, Direcção Nacional de Saúde Pública, Instituto Nacional de Luta contra SIDA e UNICEF.
ANGOP