Receitas com diamantes em Angola caíram 3% em 2024

Luanda, 28 mar 2025 (Lusa) – Angola exportou cerca de 10,2 milhões de quilates de diamantes em 2024 e encaixou aproximadamente 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), uma queda de quase 3% na receitas com diamantes em relação a 2023, anunciaram hoje as autoridades.

Em 2024, Angola “recuperou” pouco mais de 14 milhões de quilates, ou seja, aproximadamente 96% da meta prevista de receitas com diamantes no Plano de Desenvolvimento Nacional (2023-2027), para o referido ano, estimada em 14,6 milhões de quilates, disse hoje o secretário de Estado dos Recursos Minerais, Jânio Correia Vítor.

Foram exportados nesse período cerca de 10,2 milhões de quilates, avaliados em quase 1,5 mil milhões de dólares, uma redução de perto de 3% em comparação ao ano de 2023, segundo dados da Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM).

A volatilidade dos mercados internacionais, “associada à desaceleração da economia mundial”, contribuiu para a redução dos preços devido à fraca procura pelos diamantes naturais e aumento da produção de diamantes sintéticos, resultando no aumento de stocks de diamantes nos mercados, justificou Jânio Correia Vítor.

O governante falava hoje, em Luanda, durante uma cerimónia de apresentação das realizações no subsetor dos diamantes em Angola em 2024 e as projeções para 2025.

Segundo a SODIAM, como consequência da redução do preço médio do diamante, a receita bruta registou um decréscimo em termos absolutos de 45,2 milhões de dólares (39 milhões de euros) quando comparada ao ano de 2023.

A empresa pública refere que o país arrecadou 1,48 mil milhões de dólares com as exportações de diamantes, em 2024, uma queda de 2,95% em comparação aos 1,53 mil milhões de dólares arrecadados em 2023.

E a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) deu conta, na ocasião, que para o primeiro semestre de 2025 estão previstas a produção de 7,4 milhões de quilates de diamantes, 6,4 milhões de quilates a recuperar dos depósitos primários e 907 mil quilates a recuperar em depósitos secundários.

A ENDIAMA fez investimentos de 217 milhões de dólares (201 milhões de euros) em 2024, tendo registado 43% de decréscimo nos investimentos realizados em relação ao seu plano e a execução de 57% dos investimentos, conforme dados apresentados na cerimónia.

Jânio Correia Vítor assegurou, ainda, que Angola continua os seus esforços “para se estabelecer como um dos principais produtores e exportadores” de diamantes naturais brutos no mundo, com a “intensificação das atividades de prospeção e exploração, além do aumento do conhecimento geológico do país”.

Emirados Árabes Unidos (78%), Bélgica (19,8%) e Hong Kong (1,8%) foram os principais destinos dos diamantes angolanos em 2024.

DAS // ANP

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