Libertados ativistas detidos na Guiné-Bissau

Bissau, (Lusa) – Os ativistas detidos pela polícia, no domingo, em Guiné-Bissau, foram libertados na noite desta segunda-feira, informou hoje a Frente Popular.

Esta organização, junto com o movimento “Po de Terra” (Pau da Terra), convocou uma manifestação que não se realizou, mas alguns ativistas foram detidos na Guiné-Bissau.

A Frente Popular informou hoje, nas redes sociais, que os companheiros foram libertados esta noite, concretizando que eram quatro detidos, depois de, no domingo, ter avançado que eram seis e a polícia guineense confirmar três.

A organização indica ainda que um dos detidos, que estará hospitalizado, “recebe alta amanhã” (terça-feira), sem concretizar o motivo da hospitalização.

Os promotores da manifestação anunciaram que iriam “surpreender o regime” e não divulgaram antecipadamente pormenores da iniciativa, marcada simbolicamente para o Dia de África, 25 de maio.

A manifestação estava convocada para as primeiras horas da manhã e nas ruas foi visível apenas o habitual aparato policial sempre que são anunciados protestos, sem a presença de manifestantes.

Desde que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento, em dezembro de 2023, já houve, pelo menos, dez tentativas de manifestações sem sucesso na Guiné-Bissau.

As convocatórias para estas ações começaram com a coligação PAI-Terra Ranka, afastada do Governo com a dissolução da Assembleia Nacional Popular, em dezembro de 2023, seis meses depois da tomada de posse e sem terem decorrido os 12 meses fixados pela Constituição, desde a data das eleições.

O chefe de Estado alega ter usado uma prorrogativa constitucional que lhe permite avaliar se há condições de governabilidade e mediante a qual concluiu que não existiam.

Sissoco Embaló considerou que o parlamento estava a pactuar com alegados atos de corrupção do Governo de maioria parlamentar da coligação liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

O Presidente da República substituiu o executivo por um de iniciativa presidencial e o presidente da Assembleia, Domingos Simões Pereira, líder da PAI-Terra Ranka e do PAIGC, por Adja Satu Camará, Madem G15, partido de que o Chefe de Estado é fundador.

A PAI-Terra Ranka iniciou a convocação de manifestações em janeiro de 2024, a Frente Popular surgiu depois com o mesmo tipo de iniciativas, todas sem sucesso.

O mesmo resultado teve o pedido da oposição para uma paralisação geral no país quando Sissoco Embaló completou cinco anos de mandato, a 27 de fevereiro, sem convocar eleições.

Os promotores dos protestos atribuem a falta de adesão à intimidação e repressão do aparato policial e militar e lançamento de gás lacrimogéneo nalgumas ocasiões.

O Chefe de Estado convocou, entretanto, eleições gerais, presidenciais e legislativas antecipadas, para 23 de novembro de 2025.

HFI // RBF

Lusa/Fim

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