ONU não participará de esforço de ajuda dos EUA em Gaza

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – As Nações Unidas disseram nesta quinta-feira que não participarão de uma operação humanitária apoiada pelos EUA em Gaza porque ela não é imparcial, neutra ou independente, enquanto Israel se comprometeu a facilitar o esforço sem se envolver na distribuição de ajuda.

“Esse plano de distribuição específico não está de acordo com nossos princípios básicos, incluindo os de imparcialidade, neutralidade e independência, e não participaremos dele”, disse o porta-voz adjunto da ONU sobre o plano de ajuda dos EUA em Gaza, Farhan Haq, a jornalistas nesta quinta-feira.

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), apoiada pelos EUA, começará a trabalhar no enclave até o final de maio, de acordo com um plano de distribuição altamente criticado, mas pediu a Israel que permita às Nações Unidas e a outros que retomem as entregas.

A fundação também pediu a Israel um expansão do número inicial dos chamados locais seguros de distribuição de ajuda no sul de Gaza para o norte do enclave dentro de 30 dias.

“Não estou familiarizado com essas solicitações, talvez quando elas chegarem a Jerusalém, mas posso dizer que apreciamos o esforço dos Estados Unidos”, disse o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, a jornalistas nesta quinta-feira.

“Não financiaremos esses esforços. Nós os facilitaremos. Nós os capacitaremos”, explicou. “Alguns deles terão de atravessar o território que operamos.”

Nenhuma assistência humanitária foi entregue a Gaza desde 2 de março, e um monitor global da fome alertou que meio milhão de pessoas enfrentam a fome — um quarto da população no enclave onde Israel e o grupo militante palestino Hamas estão em guerra desde outubro de 2023.

Israel acusou o Hamas de tomar para si a ajuda humanitária, o que o grupo nega, e está bloqueando as entregas humanitárias em Gaza até que o Hamas liberte todos os reféns restantes.

Israel e os EUA pediram que a ONU e os grupos de ajuda cooperem com a GHF. Os grupos levantaram a preocupação de que a operação não se atém aos princípios de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade.

Danon afirmou que a “grande operação” começará muito em breve.

(Reportagem de Michelle Nichols)

Por Michelle Nichols

Reuters

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