RABAT (Reuters) – O Quênia disse nesta segunda-feira que apoia o plano do Marrocos de dar autonomia à região disputada do Saara Ocidental sob a soberania marroquina, juntando-se a um número crescente de países africanos, árabes e ocidentais que se inclinaram a apoiar Rabat no conflito de cinco décadas.
O conflito citado pelo Quênia — congelado há muito tempo, mas que remonta a 1975 — coloca o Marrocos, que considera o território como seu, contra a Frente Polisário, apoiada pela Argélia, que busca um estado independente no território desértico.
Em uma declaração conjunta emitida após as conversas entre os ministros das Relações Exteriores dos dois países em Rabat, capital do Marrocos, o Quênia disse que vê o plano marroquino como a única solução confiável e realista.
O Quênia, após 60 anos de laços diplomáticos bilaterais com o Marrocos, também abriu uma embaixada em Rabat nesta segunda-feira.
O Marrocos, um importante produtor de fosfatos e fertilizantes, concordou em acelerar imediatamente as exportações de nutrientes do solo para o Quênia, já que os dois países planejam cooperar em energias renováveis, turismo, pesca, segurança e assuntos culturais e religiosos, segundo o comunicado conjunto.
O ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Nasser Bourita, disse a repórteres que a posição do Quênia sobre o Saara Ocidental, que ele chamou de “causa nacional”, ajudou a dar um novo ímpeto às relações bilaterais.
O Quênia está buscando exportar mais chá, café e produtos frescos para o Marrocos a fim de equilibrar seu comércio, disse o ministro das Relações Exteriores do Quênia, Musalia Mudavadi, em sua conta no X.
Além disso, o país apoiou uma iniciativa marroquina que oferece aos estados do Sahel sem litoral acesso ao comércio global por meio dos portos atlânticos do Marrocos, afirmou a declaração conjunta.
(Reportagem de Ahmed Eljechtimi em Rabat)
Por Ahmed Eljechtimi
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