Secretário do MPLA defende que angolanos se devem habituar ao multipartidarismo

Luanda, (Lusa) – O secretário para a Reforma do Estado do MPLA disse hoje que o partido, no poder em Angola desde 1975, está pronto para ganhar pela sexta vez as eleições e defendeu que os angolanos se devem habituar ao multipartidarismo.

Mário Pinto de Andrade, o secretário do MPLA, que falava à imprensa no final da cerimónia de abertura do congresso constitutivo do PRA-JA Servir Angola, na qual Chivukuvuku, candidato à liderança deste novo partido, legalizado em outubro de 2024, apresentou as suas linhas de ação, afirmou que há espaço para mais partidos políticos em Angola e que a sociedade angolana se deve habituar ao multipartidarismo.

“O que conta é as pessoas apresentarem as ideias, os seus programas e o Tribunal Constitucional aprovar. Agora vamos todos para o processo de competição política e cada um apresente as suas ideias para as eleições de 2027. Acho que o país ganha, quanto mais forças políticas houver”, referiu o secretário para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias do partido no poder.

Segundo o secretário do Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido sempre esteve preparado e continua preparado para as eleições e para governar o país.

“Já ganhámos cinco pleitos eleitorais e vamos lutar para ganharmos o sexto pleito, porque quem está no poder quer manter o poder, e para isso tem que trabalhar muito, quem não está no poder quer chegar ao poder, também tem que trabalhar muito”, referiu Mário Pinto de Andrade, sublinhando que compete ao “povo soberano” decidir em 2027 “quem quer para governar Angola”.

Instado a comentar a afirmação de Abel Chivukuvuku de que, em 2027, o PRA-JA Servir Angola vai ser Governo ou parte dele, Mário Pinto de Andrade argumentou que “os líderes políticos têm o direito de sonhar e têm o direito de fazer propostas”.

“Agora, quem compete decidir, é o povo soberano, só depois dos resultados eleitorais de 2027 é que vemos qual é a geografia política que vai ficar em Angola. Até lá todos temos direito de sonhar”, vincou.

Também presente no congresso do PRA-JA Servir Angola, o vice-presidente da União Nacional para a Independência de Angola (UNITA), Simão Dembo, disse não haver receio sobre o surgimento de um novo partido, porque o maior partido da oposição angolana (numa referência ao seu partido) é “o arauto da democracia”.

“É um partido que está a surgir, esperamos que possa servir de facto para o engrandecimento dessa democracia de que nós somos autores aqui em Angola, somos os pais da democracia, para que seja cada vez maior e surja mais forças, para o reforço do nosso mosaico político angolano”, salientou.

Simão Dembo disse que, com a legalização do PRA-JA Servir Angola, “nem se coloca o fim da Frente Patriótica Unida [FPU, da qual a UNITA e o PRA-JA fazem parte]”, que continua “firme”.

“Foi uma plataforma concebida para abordar as eleições de 2022. Já se passaram. Quanto à provável manutenção para as eleições de 2027, vai depender dos congressos dos nossos partidos. Este que está a ser realizado agora e o nosso que se realiza no espaço de mais alguns meses”, frisou.

O vice-presidente da UNITA afirmou que, dentro de poucos dias, vai ser realizada a reunião da Comissão Política que vai convocar o XIV congresso da UNITA, onde um dos grandes temas a ser debatido será que formato levar para as eleições de 2027.

Nas eleições de 2022, a FPU apresentou-se às eleições, com coordenação da UNITA e integrando o agora partido PRA-JA Servir Angola, o Bloco Democrático e individualidades da sociedade civil angolana.

Hoje, no discurso de abertura do congresso constitutivo do PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, coordenador-geral e candidato à liderança deste partido, legalizado há sete meses, disse que, além da eleição do presidente, um dos objetivos é também definir uma visão e posição política sobre o futuro da FPU.

NME // MLL

Lusa/Fim

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